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CPI do Cachoeira

CPI do Cachoeira: leitura de relatório é adiada para quarta-feira

22 nov 2012 - 11h28
(atualizado às 11h30)
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Foi adiada para a próxima quarta-feira (28) a leitura do relatório final do deputado Odair Cunha (PT-MG), da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar o esquema criminoso de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O adiamento foi pedido pelo relator.

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A leitura estava prevista para ontem, mas foi transferida para hoje após parlamentares reclamarem que não tiveram tempo de ler o texto, com mais de 5.100 páginas. O relatório acusa 46 pessoas de terem ligação direta com o esquema ilegal de Cachoeira e pede o indiciamento de 34 agentes privados e a responsabilização de 12 agentes públicos com foro privilegiado.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

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Foto: Paulinho Di Rousseff / Futura Press
Fonte: Terra
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