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CPI do Cachoeira

GO: após soltura de Cachoeira, Andressa fala em casamento

21 nov 2012 - 08h52
(atualizado às 09h07)
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Mirelle Irene
Direto de Goiânia

O bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, passa as primeiras horas de liberdade em sua casa, no condomínio Alphaville, em Goiânia. Acompanhado de sua família, Cachoeira acordou às 8h da manhã e tem recebido telefonemas e visitas de amigos e parentes. O Terra falou por telefone com a mulher do contraventor, Andressa Mendonça, que comentou sobre a promessa de Cachoeira, de que iria se casar formalmente com a parceira no primeiro dia de liberdade. "Primeiro vamos dar um tempo para ele se readaptar, mas o que eu posso dizer é que ele cumpre todas as suas promessas. Isso eu posso garantir", disse Andressa, indicando que o casamento pode acontecer nos próximos dias.

O contraventor recebeu o alvará de soltura e deixou a penitenciária da Papuda
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Foto: Paulinho Di Rousseff / Futura Press

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A companheira de Carlinhos Cachoeira disse ainda que ficou muito feliz com a notícia da soltura do marido, "Estou felicíssima, como não poderia estar? Foi muito tempo de angústia e espera. Mas agora estamos juntos", comemorou.

Sobre o número de visitas e telefonemas recebidos, Andressa disse que Cachoeira ainda é uma pessoa muito querida por pessoas em diversos círculos sociais de Goiás e Goiânia. Quando questionada sobre os próximos passos da defesa no processo, ela seguiu a recomendação dos advogados e não falou sobre o assunto. Cachoeira também se esquivou de qualquer tipo de entrevista em seu primeiro dia de liberdade.

A defesa de Cachoeira já entregou as alegações finais ao juiz Alderico Rocha, da Justiça Federal de Goiás. O juiz agora tem 30 dias para proferir a sentença no processo movido contra o empresário pelo Ministério Público Federal de Goiás.

Soltura

Carlinhos Cachoeira, deixou, por volta das 23h50 desta terça-feira, a penitenciária da Papuda, em Brasília, após 265 dias preso. O contraventor foi condenado hoje pela 5ª Vara Criminal do Distrito Federal a uma pena de 5 anos de prisão por tráfico de influência e formação de quadrilha. Como a sentença é inferior a 8 anos, a juíza Ana Claudia Barreto decidiu soltar Cachoeira, que cumprirá a pena em regime semiaberto.

Entre idas e vindas de recursos, Cachoeira quase foi solto no dia 15 de outubro, após o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), ter concedido um habeas corpus a favor do bicheiro. No entanto, ele permaneceu no presídio da Papuda, em Brasília, por conta de outro processo decorrente da Operação Saint-Michel, da Polícia Civil do Distrito Federal.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: Especial para Terra
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