PUBLICIDADE

CPI do Cachoeira

Relator da CPI do Cachoeira adia apresentação de relatório

19 nov 2012 - 16h55
Compartilhar

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), adiou para a próxima quarta-feira a apresentação do seu relatório final. O parlamentar não antecipou o teor do documento, mas adiantou em seu blog que pedirá o indiciamento de todos os que se recusaram a depor. Odair Cunha analisou quase 70 mil páginas referentes a sigilos bancários, 11 mil relativas a quebras de sigilo fiscal de 75 pessoas físicas e jurídicas e, ainda, 45 mil páginas de extratos de ligações telefônicas, segundo informações da Agência Câmara.

CPIs: as investigações que fizeram história

Cachoeira, o bicheiro que abalou o Brasil

Conheça o império do jogo do bicho no País
CPI do Cachoeira: os desafios para desvendar o esquema criminoso

Porém, apesar da prorrogação de 48 dias, nem todos os documentos em poder da comissão foram analisados. Segundo o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o trabalho terá prosseguimento. "O material que não foi analisado, por força do tempo, deverá seguir para o Ministério Público, para providências", disse ele. Deputados e senadores de diversos partidos, como DEM, PPS e Psol, no entanto, reclamam que as investigações não foram concluídas e que o relatório será incompleto.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade