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CPI do Cachoeira

CPI do Cachoeira decide nesta terça se prorroga trabalhos

15 out 2012 - 12h12
(atualizado às 12h22)
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira marcou para esta terça-feira a reunião de líderes para decidir sobre a prorrogação ou não dos trabalhos. O horário ainda não foi definido. Na quarta, às 10h15, está prevista reunião administrativa para apreciar requerimentos: mais de 500 aguardam votação. As informações são da Agência Câmara.

Desacompanhado de advogado, Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit depõe na CPI do Cachoeira
Desacompanhado de advogado, Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit depõe na CPI do Cachoeira
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

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A reunião havia sido marcada para a última quarta-feira, mas foi adiada após um pedido do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e do vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), em razão da dificuldade para garantir quórum. "A manifestação de apoio do PT e do PSDB (por adiar a reunião) é um momento único desta CPI", disse o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), na ocasião.

Já o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR) criticou a decisão de adiamento. Para ele, existe na CPI um grande acordo para encerrar os trabalhos, mas ninguém quer assumir.

Na avaliação do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), será uma vergonha se a CPI acabar agora. Ele lembrou que, na semana passada, chegou à comissão a quebra de sigilo da Adécio e Rafael, empresa laranja que teria recebido R$ 37 milhões da Delta. "Não haverá tempo para isso ser investigado", ressaltou.

O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão terminará em 4 de novembro. Para a CPI ter mais tempo para investigar, é preciso o apoio de um em cada três parlamentares do Congresso. São necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 81 senadores, a mesma quantidade exigida para a criação de uma CPI.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: Terra
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