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CPI do Cachoeira

Deputado apresenta pedido de convocação de Hélio Costa pela CPI

30 ago 2012 - 13h33
(atualizado em 31/8/2012 às 20h37)
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O ex-ministro das Comunicações e candidato ao governo de Minas Gerais pelo PMDB em 2010, Hélio Costa, pode ter de dar explicações à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. Segundo informações da Agência Senado, um requerimento para essa convocação foi apresentado na quarta-feira pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).

O ex-ministro poderá ser convocado para dar explicações à comissão
O ex-ministro poderá ser convocado para dar explicações à comissão
Foto: Yala Sena / Especial para Terra

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O pedido é baseado na denúncia feita à comissão pelo ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, que disse ter sido ameaçado quando o candidato foi lhe pedir indicações de empreiteiras para doação durante a campanha eleitoral de 2010.

"Depois que disse não poder ajudá-lo, ele (Costa) levantou de rompante, me deu de dedo e disse que se elegeria governador e sua primeira providência depois de eleito seria me tirar do comando do Dnit", relatou Pagot à CPI.

Pouco antes, Pagot confirmou que ajudou na indicação de empresas para doações à campanha da presidente Dilma Rousseff. Conforme o requerimento apresentado, os fatos são graves e merecem especial atenção da comissão parlamentar de inquérito.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: Terra
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