PUBLICIDADE

CPI do Cachoeira

CPI adia votação para convocar Pagot e Fernando Cavendish

14 jun 2012 - 13h05
(atualizado às 15h40)
Compartilhar
Elaine Lina
Direto de Brasília

O relator das investigações da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT), propôs nesta quinta-feira o adiamento da votação para convocar o ex-presidente da empresa Delta Construtora, Fernando Cavendish, e do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot. Contudo, um grupo de parlamentares decidiu convidar Pagot para depor no Senado, fora da comissão.

A decisão foi acatada pela maioria na CPI que investiga as relações do bicheiro Carlos Cachoeira. O relator entendeu que é necessário avançar as investigações antes de ouvir Cavendish e Pagot , sob pena do depoimento não ser proveitoso, e com a ajuda determinante do PT e do PMDB, venceu. "Nós não podemos convocar sem estarmos preparados para perguntar. Isso seria apenas ânsia em atender a opinião pública", disse Cunha.

O senador Pedro Taques (PDT-MT) resumiu os argumentos daqueles que insistiam pela convocação urgente de Pagot e Cavendish: "Chama-se medo. O nome disso é medo". Por 16 votos a 13, os parlamentares da comissão decidiram adiar mais uma vez a decisão pela convocação ou não de Cavendish. E para adiar a votação que convocaria Pagot, foram 17 votos a 13.

Depois de tomar os depoimentos dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de quebrar os sigilos fiscais, bancários e telefônicos de ambos, o próximo passo da CPI seria promover o embate e votar a convocação do ex-presidente da empresa Delta, e do ex-diretor do Dnit.

No entanto, um grupo de parlamentares decidiu convidar o ex-diretor do Dnit para dar um depoimento no Senado, fora da CPI. A decisão foi anunciada pelo deputado Miro Teixeira, logo o adiamento da convocação de Pagot. "Aqueles que querem ouvir o Pagot, vamos fazer em reunião informal. Eu pedirei ao senador Pedro Simon para presidir, e em outra sala", explicou Miro. "E vamos começar a seguir o caminho do dinheiro e das cumplicidades no mundo político", avisou. Os sendores a Álvaro Dias (PSDB) e Randolfe Rodrigues (PSOL), Pedro Taques (PDT) e o deputado Onyx Lorenzoni (DEM) fazem parte do grupo.

A comissão já convocou cerca de 50 depoentes; contudo, o nome de Pagot é visto com receio tanto por partidos de oposição quanto pelos da base aliada ao governo. O ex-diretor do Dnit já avisou que tem informações acerca de supostas irregularidades dos contratos entre a Delta e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - o que poderia atingir os aliados -, mas também fez denúncias dando conta que empreiteiras teriam superfaturado contratos em São Paulo, supostamente para alimentar a campanha do tucano José Serra à Presidência em 2010.

Depois de a CPI já ter convocado os diretores regionais da empresa Delta Cláudio Abreu e Heraldo Puccini e ainda quebrado, com abrangência nacional, os sigilos bancários, telefônico e fiscal da construtora, ficou evidente a necessidade de ouvir também Fernando Canvendish. Na quarta-feira, a Controladoria-Geral da União (CGU) declarou a construtora Delta inidônea, proibindo que ela participe de licitações federais ou seja contratada pela administração pública, o que aumentou ainda mais a pressão pelo depoimento do controlador da empresa.

Parlamentares se reuniram nesta quinta para analisar requerimentos
Parlamentares se reuniram nesta quinta para analisar requerimentos
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade