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CPI do Cachoeira

Deputado se irrita, fala palavrões e CPI com Demóstenes é encerrada

31 mai 2012 - 11h12
(atualizado às 13h08)
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Elaine Lina
Direto de Brasília

Como já fora antecipado por sua defesa, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) se negou a falar na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira, exercendo seu direito de permanecer calado. O silêncio do parlamentar enfureceu o deputado Sílvio Costa (PTB-PE), que chamou o investigado de demagogo e de estar prestando um desserviço ao País.

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Após os gritos do petebista, o seu microfone foi desligado, mas o deputado continuou se exaltando. O senador Pedro Taques (PDT-MT) interrompeu a fala de Costa, reprendendo a atitude do político: "não são termos para se chamar nenhum investigado", disse ele. A confusão levou o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo a encerrar a sessão.

Silêncio de Demóstenes faz deputado gritar na CPI:

Mesmo depois que a sessão terminou e os parlamentares começaram a sair da sala, Sílvio Costa continuou a ofender Demóstenes, desta vez com palavrões, chamando-o de "merda" e "filho da puta". Após o ocorrido, já mais calmo, conversando com os jornalistas, ele disse que a intervenção de Pedro Taques no seu protesto "é prova de que muitos senadores estão montando a defesa de Demóstenes". Taques argumentou que pessoas já "morreram no mundo em razão do direito constitucional de permanecer em silêncio".

Demóstenes alegou que já havia prestado depoimento ao Conselho de Ética na terça-feira sobre os mesmos fatos apurados pela Comissão Parlamentar de Inquérito, por isso não falaria na CPI. "Anteontem prestei depoimento por mais de cinco horas no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado cuja pertinência temática é a mesma desta Comissão", justificou o senador.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

Com informações da Agência Senado

Fonte: Terra
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