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CPI do Cachoeira

Mulher de Cachoeira se filia ao PSL e pode concorrer a deputada federal

Lideranças do partido tentam convencer Andressa Mendonça a disputar eleições de 2014, mas empresária ainda não confirma candidatura

14 out 2013 - 15h57
(atualizado às 15h59)
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<p>Andressa Mendon&ccedil;a &eacute; formada em Assist&ecirc;ncia Social e &eacute; dona de uma sex shop e loja de lingerie em &aacute;rea nobre de Goi&acirc;nia (GO)</p>
Andressa Mendonça é formada em Assistência Social e é dona de uma sex shop e loja de lingerie em área nobre de Goiânia (GO)
Foto: Ed Ferreira / Agência Estado

Alçada à condição de musa da comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Cachoeira, Andressa Mendonça, mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira, decidiu entrar na política. Assistente social por formação, a empresária filiou-se ao Partido Social Liberal (PSL) de Goiatuba, município do sul de Goiás onde reside sua família, pode disputar as eleições de 2014. Segundo Dario Paiva, presidente do diretório estadual do PSL, o partido tenta convencer Andressa a concorrer a deputada federal.

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"Ela não deve nada à sociedade, o nome dela não tem mancha nenhuma. Se ela for eleita, deve fazer um excelente trabalho", afirmou Paiva.

Andressa assinou a ficha de filiação no dia 4 de outubro, um dia antes do encerramento do prazo estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que pudesse disputar as eleições de 2014. A filiação ao PSL se deu por influência do pai, Lair Mendonça, que já presidiu a Câmara Municipal de Goiatuba e ingressou no partido neste ano. "Nós estamos insistindo para ela ser candidata nossa a deputada federal. Não sei se ela está com essa disposição, isso é algo que ela vai discutir com a família dela. Mas ela se filiou pela amizade que eu tenho com o pai dela, já há 25 anos", disse o presidente estadual da legenda.

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Na avaliação do partido, Andressa teria um grande apelo entre o eleitorado feminino, por ter se apresentado como uma "mulher de fibra, fiel a seus princípios" durante a prisão de seu marido. "Ela não deve nada à sociedade, nunca foi indiciada em nada, o nome dela não tem mancha nenhuma. Nós aceitamos a filiação dela e acreditamos que, se ela for eleita, deve fazer um excelente trabalho. Fibra e coragem ela já mostrou para todo o Brasil", disse Paiva.

O presidente regional do PSL acredita que a ligação de Andressa com o escândalo de Cachoeira não seria prejudicial a sua candidatura. "Isso só o tempo dirá. Eu acredito que os pontos negativos são bem inferiores aos positivos. (...) Eu quero que o povo avalie. Eu quero que o eleitor diga. Eu gostaria muito que ela passasse pelo crivo popular, que é o maior julgador", afirmou Paiva, que ainda aguarda uma definição de Andressa sobre suas intenções nas eleições.

O Terra não conseguiu localizar Andressa Mendonça para comentar a filiação ao PSL.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Em 21 de novembro, após 265 dias preso, Carlinhos Cachoeira, deixou a penitenciária da Papuda, em Brasília. No mesmo dia, o contraventor foi condenado pela 5ª Vara Criminal do Distrito Federal a uma pena de 5 anos de prisão por tráfico de influência e formação de quadrilha. Como a sentença é inferior a 8 anos, a juíza Ana Claudia Barreto decidiu soltar Cachoeira, que cumpriria a pena em regime semiaberto.

No dia seguinte, o Ministério Público Federal (MPF) de Goiás pediu nova prisão do bicheiro, com base em uma segunda denúncia contra ele e outras 16 pessoas, todos suspeitos de participar de uma intensificação de ações criminosas em Brasília. O pedido foi negado pela Justiça.

No dia 7 de dezembro, Cachoeira voltou a ser preso. O juiz Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara Federal de Goiás, condenou o bicheiro a 39 anos, 8 meses e 10 dias de reclusão por diversos crimes relativos à Operação Monte Carlo e determinou sua prisão preventiva. A defesa recorreu e, quatro dias depois, o juiz federal Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) concedeu novo habeas-corpus e Cachoeira foi libertado.

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Fonte: Terra
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