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CPI do Cachoeira

Ideli desmente Pagot sobre pedidos para campanha eleitoral

28 ago 2012 - 17h28
(atualizado às 17h31)
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A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, rebateu nesta terça-feira as acusações do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, Pagot afirmou que Ideli o procurou pedindo recursos para campanhas eleitorais.

Luiz antônio Pagot afirmou que Ideli o procurou solicitando recursos para campanhas eleitorais
Luiz antônio Pagot afirmou que Ideli o procurou solicitando recursos para campanhas eleitorais
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

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Em nota oficial, a ministra alega que jamais recorreu a Pagot para "solicitar recursos para campanhas ou mesmo indicações de empresas para esse fim". Segundo o comunicado, Ideli esteve diversas vezes no Dnit como coordenadora do Fórum Parlamentar Catarinense, mas esses encontros seriam para tratar de obras no Estado de Santa Catarina.

Durante seu depoimento na manhã de hoje, Pagot disse que, em 2010, Ideli o procurou para tratar de três convênios relacionados à Santa Catarina. No final da reunião, ela teria dito: "sou candidata ao governo e preciso que me indique empresas para que eu possa buscar recursos".

Pagot teria respondido, segundo sua própria versão: "eu não posso, não devo e não vou fazer isso". O ex-diretor-geral do Dnit disse ter certeza de que, na época, a ministra ficou contrariada. O descontentamento de Ideli Salvatti foi apontado por Pagot, em entrevistas, como uma das possíveis razões para sua demissão do cargo.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: Terra
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