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CPI do Cachoeira

Houve conversa sobre o mensalão e Jobim sabe, diz Mendes

28 mai 2012 - 21h25
(atualizado às 21h28)
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes confirmou nesta segunda-feira à Globonews que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre adiar o julgamento do mensalão na Corte em um encontro com Mendes e o ex-ministro Nelson Jobim, conforme reportagem publicada na revista Veja no último final de semana. Jobim negou o teor da conversa, mas depois evitou voltar ao assunto. "Claro que houve a conversa sobre o mensalão. O ministro Jobim sabe disso", afirmou. Segundo Mendes, a questão da blindagem oferecida por Lula, segundo a revista, "não se coloca dessa forma". Conforme o ministro, Lula falou sobre o "domínio do governo" sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. "Eu entendi, depreendi dessa conversa que ele estava inferindo que eu tinha algo a dever nessa matéria de CPMI", afirmou.

Contraventor Carlinhos Cachoeira chega, escoltado, ao Senado Federal para depoimento à CPI
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Foto: Beto Barata / Agência Estado

CPIs: as investigações que fizeram história

"Esse assunto entrou na pauta das conversas. Conversamos sobre o Supremo, sobre a reposição das vagas dos novos colegas, sobre a chamada PEC da Bengala, e aí o presidente disse da importância do julgamento do mensalão e da necessidade de que, se possível, não se julgasse esse ano, porque não haveria objetividade. Eu objetei então que não me parecia possível adiar esse julgamento, dada a repercussão, dada a possibilidade de que dois colegas não mais participassem, colegas que participaram do recebimento da denúncia", afirmou, em referência a Cesar Peluzo e Ayres Britto. Mendes disse ter avisado Lula que não possuía nenhuma relação com o senador Demóstenes Torres (sem partido), investigado por sua proximidade com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Segundo o ministro, Lula questionou de uma viagem a Berlim, na Alemanha, onde Mendes se encontrou com Demóstenes e que teria sido paga por Cachoeira. Segundo o ministro, a viagem foi paga com recursos próprios. "Eu me senti perplexo porque a relação com o presidente sempre foi muito franca, muito cordial, e o uso dessa informação é falsa."

Fonte: Terra
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