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CPI do Cachoeira

CPI decide na próxima semana convocação de governadores

24 mai 2012 - 18h12
(atualizado às 18h16)
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Os deputados e senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira decidiram adiar para a próxima terça-feira a decisão sobre a convocação de três governadores de Estados supostamente envolvidos com a construtora Delta ou com o empresário Carlinhos Cachoeira. Na próxima semana, também deve ser definida a quebra de sigilos da empresa Delta nacional.

Contraventor Carlinhos Cachoeira chega, escoltado, ao Senado Federal para depoimento à CPI
Contraventor Carlinhos Cachoeira chega, escoltado, ao Senado Federal para depoimento à CPI
Foto: Beto Barata / Agência Estado

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Os governadores que terão a convocação decidida pela CPI são o de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).

Alguns parlamentares criticaram a decisão, apontando que havia um acordo entre PT, PSDB e PMDB para não apreciar esses requerimentos ainda nesta quinta-feira.

"Teve um acordo entre PT e PSDB. Eu sou líder do meu partido aqui na comissão e não fui chamado para esse acordo. Sou contra", disse o deputado Silvio Costa (PTB-PE).

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) e o senador Pedro Taques (PDT-MT) também criticaram o suposto acordo e defenderam a análise desses requerimentos nesta quinta, mas foram derrotados.

As investigações da Polícia Federal (PF) apontaram envolvimento de auxiliares de Agnello e Perillo com integrantes da organização comandada por Cachoeira. Já o governador do Rio, Sérgio Cabral, pode ser convocado por ligação pessoal com o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish. Eles chegaram a ser fotografados juntos em uma viagem a Paris.

A PF também identificou transferências da Delta para empresas ligadas a Cachoeira. Além disso, de acordo com o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), a quebra de sigilo das filiais da Delta localizadas nos estados do Centro-Oeste apontou que o ex-diretor Cláudio Abreu movimentava contas nacionais da empresa.

Com informações da Agência Brasil e Reuters.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

Fonte: Terra
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