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CPI do Cachoeira

Cachoeira presta depoimento hoje à Justiça do Distrito Federal

1 ago 2012 - 08h16
(atualizado às 08h42)
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O empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, prestará depoimento nesta quarta-feira no processo que investiga irregularidades no sistema de bilhetagem do transporte público da capital federal. O depoimento está marcado para a parte da tarde na 5ª Vara Criminal de Brasília.

Cachoeira irá depor na tarde desta quarta-feira à Justiça do DF
Cachoeira irá depor na tarde desta quarta-feira à Justiça do DF
Foto: Lia de Paula / Agência Senado

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No processo, Cachoeira é acusado pelo Ministério Público de forçar uma dispensa de licitação para a contratação de um sistema de bilhetagem sul-coreana. Esse sistema seria operado por uma das empresas investigadas como integrante da organização criminosa liderada por ele.

A pressão feita pelo empresário para entrar na prestação do serviço no Distrito Federal foi confirmada pelo governador Agnelo Queiroz (PT), durante seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito mista (CPI) do Cachoeira, no mês de junho. Agnelo, no entanto, disse que a tentativa não obteve sucesso.

Além de Cachoeira, sete pessoas são acusadas de envolvimento no caso investigado pela operação Saint Michel, executada pela Polícia Civil do Distrito Federal. Cachoeira está preso desde o dia 29 de fevereiro quando foi deflagrada a operação Monte Carlo, da Polícia Federal que investigou as ações da organização criminosa e suas ligações com as esferas políticas.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Agência Brasil Agência Brasil
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