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Política

CPI aprova convocação de tesoureiro do PT, réu na Lava Jato

Acusado de receber propina em forma de doações legais, João Vaccari Neto terá de comparecer à comissão da Câmara

24 mar 2015 - 16h18
(atualizado às 18h31)
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<p>Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto</p>
Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto
Foto: Renato Ribeiro Silva / Futura Press

A CPI da Petrobras na Câmara aprovou nesta terça-feira a convocação do Secretário Nacional de Finanças do PT, João Vaccari Neto. Réu na Operação Lava Jato, o tesoureiro petista é acusado de receber propina de contratos da Petrobras com empreiteiras, por meio de doações eleitorais registradas.

Ontem, o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, aceitou denúncia contra Vaccari e outros 26 investigados. Para o Ministério Público, o tesoureiro participou de reuniões com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, onde seriam acertados os valores transferidos ao PT por meio de doações legais.

Foram 24 doações de R$ 4,26 milhões entre 2008 e 2012, pelas contas da procuradoria. O PT nega irregularidades nos repasses oficiais e mantém o tesoureiro no cargo.

Além de Vaccari, também se tornaram réus Renato Duque, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa.  

Presidente do BNDES é convocado

Além de Vaccari, a CPI da Petrobras aprovou uma série de convocações, entre os quais do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. O deputado André Moura (PSC-SE) solicitou a presença do depoente em busca de explicações sobre investimentos feitos pelo BNDES à empresa Sete Brasil, empresa contratada pela Petrobras para explorar petróleo da camada pré-sal com sondas. 

Deputados reclamam de manobra

Por um acordo entre lideranças partidárias, a CPI aprovou 96 requerimentos, mas deixou de fora outros pedidos de convocação, como o do lobista Fernando Baiano, que seria o operador do PMDB, e dos políticos citados na Operação Lava Jato.

Deputados opositores, como Ivan Valente (Psol-SP) e Eliziane Gama (PPS-MA), reclamaram de manobra para evitar a votação de outros pedidos. Com a demora de três horas para avaliar os requerimentos já acordados entre os partidos, a reunião precisou ser encerrada por causa do início da ordem do dia.

"Não posso responder se, por uma impossibilidade do tempo, esses requerimentos não foram aprovados", disse o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), que negou qualquer tentativa de blindagem a Fernando Baiano.

Na sessão, também ficou decidida a convocação de Heyder Carvalho, ex-gerente de compras da área de Abastecimento da Petrobras, e Mauro Cunha, ex-integrante do comitê de auditoria da estatal. A CPI convocou ainda representantes legais de empresas estrangeiras, em sua maioria holandesas, para prestar esclarecimentos.

Durante a reunião, deputados aprovaram a quebra de sigilo de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, e de Pedro Barusco, ex-gerente da mesma área. Também foram solicitadas cópias de contratos e acesso a áudio e vídeo do Conselho de Administração da Petrobras, inclusive na época em que era presidido por Dilma Rousseff.

Graça Foster confirma presença

A ex-presidente da Petrobras Graça Foster confirmou presença na CPI da Petrobras na próxima quinta-feira. Ela deixou o comando da estatal neste ano, em meio ao escândalo de corrupção.

Fonte: Terra
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