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Política

Com vitória de Haddad, PT volta à prefeitura de São Paulo

28 out 2012 - 21h22
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Com a vitória de Fernando Haddad no segundo turno das eleições deste domingo, o PT voltou a assumir a prefeitura de São Paulo, como não acontecia desde o fim do mandato de Marta Suplicy, em 1º de janeiro de 2005.

Haddad, de 49 anos, venceu a disputa com 55,60% dos votos, contra contra 44,40% de José Serra, do PSDB, com 98,56% da apuração realizada, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O resultado representa um duplo triunfo - por um lado do PT, que recupera a administração da maior cidade do país, e por outro de Lula, que escolheu a dedo seu ex-ministro da Educação como porta-bandeira do partido na capital paulista e conseguiu transformá-lo em prefeito apesar de Haddad ser, há poucos meses, um desconhecido para a maioria do eleitorado.

Apenas um ano atrás, quando começou a se falar de sua candidatura, as pesquisas davam a Haddad 2% das intenções de voto, e ele esteve a ponto de não chegar ao segundo turno, mas o apoio de Lula e a estrutura do PT o fizeram mudar este cenário e chegar à vitória.

Em seu primeiro discurso como prefeito eleito, Haddad dedicou palavras de agradecimento a Lula e à presidente Dilma Rousseff.

"Quero agradecer do fundo do meu coração a Luiz Inácio Lula da Silva pela confiança, orientação e apoio", disse Haddad, que elogiou Dilma por sua "presença vigorosa na campanha desde o primeiro turno" e também "pelo apoio nos momentos mais difíceis".

Segundo o analista Luciano Dias, diretor da CAC Consultoria Política, a vitória de Haddad não deve ser vista como uma surpresa nem como uma conquista exclusiva de Lula, porque não se pode negar que o PT tem um eleitorado "cativo" em São Paulo que representa cerca de 30% do total.

"O problema de Haddad foi que demorou muito tempo para mobilizar esses votos do PT", disse Dias à Agência Efe, que lembrou que das sete últimas eleições para a prefeitura de São Paulo, o PT venceu em três, incluindo a de hoje.

O julgamento do mensalão não teve impacto nestas eleições, segundo o analista. Também neste domingo, o PT se impôs em João Pessoa, com Luciano Cartaxo, mas foi derrotado em Salvador, onde foi eleito prefeito Antonio Carlos Magalhães Neto, do DEM, resultado que representa um duro golpe não só para a legenda mas também para Dilma, que participou ativamente da campanha de seu candidato, Nelson Pelegrino.

O PT também perdeu em Fortaleza (Ceará), onde o ganhador foi Roberto Claudio, do PSB, aliado do governo de Dilma no plano nacional.

O mesmo aconteceu em Cuiabá, onde Mauro Mendes, também do PSB, derrotou Lúdio Cabral, do PT. Outro candidato do PSB, Mauro Nazif, levou a melhor em Porto Velho.

Apesar da derrota em São Paulo, o PSDB pode encarar como "consolo" os triunfos em Belém, com Zenaldo Coutinho, e Teresina (Piauí), com Firmino Filho, além de Manaus, onde o vencedor foi o ex-senador Artur Virgilio, um dos mais ferozes opositores do PT.

EFE   
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