PUBLICIDADE

Política

Caso Palocci 'cheira corrupção', diz juiz da Satiagraha

2 jun 2011 - 08h21
Compartilhar

O desembargador federal Fausto Martins De Sanctis disse na quarta-feira, em São Paulo, que não "pode falar" especificamente sobre o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, mas que "o que surpreende é que fatos graves, que cheiram corrupção, não são objeto de investigação pela polícia e pelo Ministério Público". De Sanctis defendeu o combate à corrupção "mesmo que travestida na obtenção de cargos ou favores ou, ainda, na prestação de serviços não adequadamente justificáveis". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Não podem as pessoas já prejulgarem e falarem que os fatos graves não são delitos. Tem que haver investigação, suspeitas graves de enriquecimento ilícito têm que ser investigadas. Vários casos têm ocorrido, mas está se chegando ao absurdo, ninguém faz nada", protestou o desembargador contra a paralisia de órgãos de investigação diante do caso. De Sanctis é o juiz que, em 2008, no ápice da Operação Satiagraha, mandou prender duas vezes o banqueiro Daniel Dantas e bateu de frente com o ministro Gilmar Mendes, então presidente do Supremo Tribunal Federal, que revogou as duas ordens de custódia contra o dono do Opportunity. Ao comentar a frase de De Sanctis sobre "cheiro de corrupção", o criminalista José Roberto Batochio, que defende Palocci, disse: "Em 43 anos de advocacia criminal militante jamais ouvi falar de convicção judicial formada por olfato".

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade