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Política

FAB: cansaço de pilotos e mau tempo causaram morte de Campos

19 jan 2016 - 19h09
(atualizado às 19h53)
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Foto: Daniel Ramalho/Terra

O acidente aéreo no qual morreu o candidato à presidência Eduardo Campos, em plena campanha eleitoral de 2014 pode ter sido provocado pelo cansaço do piloto e do copiloto e pelas más condições meteorológicas, segundo as conclusões do relatório final da investigação divulgado nesta terça-feira.

O responsável pela investigação, o tenente-coronel Raul de Souza, afirmou que o avião voava a uma "velocidade muito agressiva" e o piloto fez uma manobra "não recomendada" para evitar aterrissar no aeroporto de Santos, que estava sob um temporal, o que acabou provocando o acidente no qual morreram os sete ocupantes da aeronave.

O avião se chocou contra um edifício em 13 de agosto de 2014 perto do aeroporto de Santos, onde o candidato do PSB, que aparecia como terceiro colocado nas enquetes, participaria de um ato da campanha eleitoral.

A investigação, conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB), durou 17 meses e descartou a possibilidade de que o acidente tenha sido consequência de uma falha técnica, um incêndio ou uma colisão em voo.

Segundo Souza, se os pilotos tivessem seguido as instruções da carta de navegação, "poderiam ter aterrissado com segurança" apesar das condições meteorológicas adversas em Santos, com chuva e vento intensos.

O responsável pela investigação ressaltou que ambos tripulantes não tinham realizado os cursos necessários para pilotar o avião acidentado, um Cessna 560XLS, o que é um fator que pode ter contribuído para atrasar o tempo de resposta perante as adversas condições de voo.

Eduardo Campos, governador de Pernambuco e possível candidato à presidência pelo PSB, discursa durante convenção do seu partido com PPS e Rede no Rio de Janeiro
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Foto: Daniel Ramalho / Terra

O comandante Marcos Martins, com 20 anos de experiência, tinha voado 130 horas nesse avião e tinha realizado treinamentos para pilotar um modelo similar, o Cessna 560.

O relatório sugere que o piloto poderia estar cansado pela excessiva carga de trabalho que suportou nas semanas precedentes ao acidente.

Entre 1º e 5 de agosto de 2014, os pilotos infringiram a lei de aeronáutica ao voar mais horas que as permitidas, mas na semana prévia ao acidente não incorreram nenhuma irregularidade.

Os investigadores também recorreram a um especialista que analisou a gravação da cabine e que assegurou que a voz do piloto é "compatível" com uma situação de "fadiga e inércia", embora esta hipótese não esteja comprovada.

Segundo Souza, o mau tempo, a possível fadiga e a falta de treinamento poderiam ter contribuído para uma "desorientação" dos pilotos na hora de realizar a manobra de aterrissagem, na qual se desviaram da rota habitual e fizeram uma manobra "oposta" ao recomendável.

EFE   
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