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Política

Campinas: vereadores mantêm prefeito no cargo em sessão tensa

1 ago 2011 - 21h13
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Rose Mary de Souza
Direto de Campinas

Por 18 votos a favor do afastamento e 15 votos contrários, os vereadores de Campinas (99 km de São Paulo) decidiram manter o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) na administração da cidade, em sessão pós recesso parlamentar, na noite desta segunda-feira. Seriam necessários 22 votos (2/3) dos 33 vereadores para o desligamento de suas funções, proposto pelo vereador Peterson Prado (PPS) para que o chefe do executivo aguardasse fora da prefeitura as conclusões da Comissão Processante (CP) que pretende pôr em votação a sua cassação definitiva até 29 de agosto.

A sessão começou às 18h. Antes das 20h houve momentos de tensão e bate-boca entre vereadores e populares. Houve ainda várias interrupções por alguns minutos e foi chamado o reforço da Guarda Municipal para manter a ordem entre o plenário e a platéia.

Populares com crianças no colo levaram cartazes escritos a mão pedindo a permanência do prefeito. "Vocês são massa de manobra", afirmou o vereador Antonio Francisco dos Santos (PMN), O Politizador, que foi ainda mais vaiado ao se reportar a uma senhora da platéia como 'Maria Desdentada'.

"Língua de aluguel", disse, berrando, Valdir Terrazan (PSDB), que ao ser xingado devolveu a expressão "bando de picareta". O vereador Dr. Elcio (PSB) chegou a perguntar aos presentes se havia remédio e médicos nos postos de saúde na região onde o grupo de populares presente reside.

Vereadores da posição, ovacionados, evitaram levantar o tema de afastamento do prefeito e enalteceram o trabalho desenvolvido pelo executivo que em suas avaliações levou obras de benfeitorias e infraestruturas a periferia.

Terceira tentativa

Essa foi a terceira vez que o pedido de afastamento temporário do prefeito foi apreciado pelos vereadores e recusado. Nas outras duas oportunidades, os requerimentos propostos por Terrazan também foram rejeitados.

Artur Orsi (PSDB) é o autor do pedido da formação da CP aprovada por unanimidade pelos 33 vereadores em 23 de maio. Segundo o ele, o prefeito tem responsabilidade administrativa nos atos de corrupção e fraudes em contratos de licitações públicas apontadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual.

O suposto esquema denunciado em 20 de maio resultou no pedido de prisão preventiva decretada pela Justiça de agentes públicos, secretários, empresários, o vice-prefeito e a primeira-dama com a empresa Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa).

Fonte: Especial para Terra
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