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Política

Campinas: vereadores dormem na Câmara para ouvir relatório

19 ago 2011 - 11h27
(atualizado às 11h35)
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Rose Mary de Souza
Direto de Campinas

Os vereadores de Campinas passaram a noite da última quinta-feira e a madrugada de hoje no prédio da Câmara Municipal e alguns até dormiram em seus gabinetes para acompanhar a leitura do relatório que pede o impeachment do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT). Ao levar os trabalhos para a madrugada sem interrupção, os vereadores pretendem adiantar a votação do pedido de cassação. A leitura integral das 1.041 páginas do processo começou às 9h de ontem.

Manifestantes acamparam em frente à Câmara para exigir o impeachment do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT)
Manifestantes acamparam em frente à Câmara para exigir o impeachment do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT)
Foto: Rose Mary de Souza / Especial para Terra

A Comissão Processante (CP) avalia se o prefeito tem ou não responsabilidade administrativa nas irregularidades apontadas pelo Ministério Público (MP). As investigações do órgão apontaram para supostas fraudes em licitações envolvendo a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. de Campinas (Sanasa). A CP deve arquivar ou colocar em votação a cassação do mandato do prefeito.

Todo o relatório contém 1.649 folhas, mas houve um consenso entre as partes de suprimir a leitura das 608 páginas referente às cópias de depoimentos, escutas telefônicas e pedido de prisão preventiva feito pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP. Como a sessão especial não requer quórum, os vereadores ficaram à vontade para deixar a Casa. De acordo com a assessoria da Câmara, os parlamentares não terão direito ao recebimento de aumento em seus salários pelas horas extras.

Um grupo de estudantes montou barracas e dormiu em uma praça ao lado da Câmara. Eles penduraram cartazes e faixas com a frase "Fora Hélio". O suposto esquema denunciado em 20 de maio resultou no pedido de prisão preventiva decretada pela Justiça de agentes públicos, secretários, empresários, o vice-prefeito e a primeira-dama com a Sanasa. A primeira-dama de Campinas, Rosely Nassin Jorge Santos, é citada em investigações do MP como chefe do esquema de corrupção e tráfico de influência. Ela é é acusada de facilitar acordos para empresas terceirizadas que prestam serviços para a Sanasa.

Sessão termina à noite

A previsão mais otimista para o fim da leitura do relatório é que isto ocorra no final da tarde desta sexta-feira. Os 33 vereadores terão 15 minutos para fazerem suas considerações e depois o prefeito Hélio de Oliveira Santos poderá falar em sua defesa por duas horas. A seguir, os vereadores vão votar pelo sim ou não do impeachment.

Fonte: Especial para Terra
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