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Política

Brasil e Rússia reforçam aliança por um mundo multipolar

14 dez 2012 - 15h19
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Os presidente de Brasil e Rússia, dois gigantes da economia mundial que aspiram a um protagonismo cada vez maior, selaram nesta sexta-feira um acordo de cooperação estratégica para promover juntos seus interesses em um mundo multipolar e para reforçar seu comércio e negócios bilaterais.

A atualidade mundial e as relações bilaterais no marco das instituições internacionais foram assunto obrigatório na cúpula realizada no Kremlin entre a presidente Dilma Rousseff e Vladimir Putin, seu colega russo, mandatários dos dois países que estão entre as economias mais pujantes do mundo.

Membros do Grupo dos Vinte (G20) e do grupo Brics, organização de economias emergentes na qual também participam Índia, China e África do Sul, Brasília e Moscou buscam convergir em sua política internacional não só para promover um mundo multipolar, mas para impulsionar a reforma de organismos históricos como FMI e inclusive ONU.

"No Brics, no G20 e nas Nações Unidas, nossos países defendem um mundo multipolar que reflita as profundas transformações experimentadas pela humanidade", assinalou à imprensa a presidente brasileira ao término da reunião.

Dilma deixou claro que ambos os países mantêm "um estreito diálogo sobre a reforma do FMI e das instituições financeiras internacionais, porque seus órgãos de decisão refletem a configuração do mundo atual".

"Queremos agradecer em público ao presidente Putin outra manifestação de apoio à pretensão brasileira de se integrar como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU", acrescentou.

Ao mesmo tempo, Brasil e Rússia aspiram a que sua troca comercial atinja muito em breve os US$ 10 bilhões.

"Muito em breve devemos alcançar um teto mínimo de US$ 10 bilhões", ressaltou o líder russo, que lembrou que o comércio bilateral cresceu 10% no ano passado até atingir US$ 6,5 bilhões.

"O comércio bilateral ainda não recuperou seu dinamismo anterior 2009, mas já mostra sinais claros de recuperação", destacou Dilma.

O volume de troca comercial entre os dois países se multiplicou por dois entre 2005 e 2008, um crescimento freado pela crise mundial, mas que se recuperou no ano passado, segundo um relatório de Presidência russa.

Putin destacou a importância de usar a moeda nacional dos dois países nas operações bilaterais, algo que "dotará os contatos de negócios entre ambos de maior resistência aos vaivéns da economia mundial e permitirá criar elos tecnológicos sólidos entre nossas empresas".

"Embora os investimentos estejam crescendo, os números são ainda tímidos", lamentou Putin, destacando a existência de projetos comuns que poderiam aumentar o volume dos investimentos bilaterais em bilhões de dólares.

Os titulares de Defesa dos dois países, Celso Amorim e Sergei Shoigu, respectivamente, assinaram um acordo de cooperação militar.

"Brasil e Rússia assinaram um acordo sobre cooperação no âmbito militar que amplia nossa colaboração nesta área. (...) Em janeiro, será enviada uma missão a Moscou para considerar uma maior cooperação em sistemas de defesa antiaérea", disse Dilma a este respeito.

Ambos os países acertaram também a provisão de sete helicópteros russos Ka-62 ao Brasil, contrato que foi assinado entre o diretor da empresa estatal Helicópteros da Rússia, Dmitri Petrov, e seu colega da brasileira Atlas Táxi Aéreo, Ênio Ferreira.

No âmbito esportivo, Brasil e Rússia "sediam nos próximos anos eventos de primeiro nível, os Jogos Olímpicos - Sochi 2014 (inverno) e Rio 2016) e as Copas do Mundo (Brasil 2014 e Rússia 2018)", lembrou o presidente russo.

"Acertamos a mais estreita cooperação, que incluirá a troca de experiência, a preparação de especialistas e as dotações em segurança e logística", finalizou Putin.

EFE   
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