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Base esvazia CPI contra Yeda e requerimentos não são votados

14 set 2009 - 15h56
(atualizado às 20h14)
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Fabiana Leal

Direto de Porto Alegre

Os oito deputados da base aliada não compareceram à quarta sessão da CPI criada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para investigar denúncias de corrupção no governo de Yeda Crusius (PSDB). Os deputados se articularam e concederam uma entrevista coletiva uma hora e meia após iniciar a reunião. O relator da comissão, deputado Coffy Rodrigues (PSDB), afirma que a CPI quer dar início aos trabalhos sem votar o plano de trabalho.

No início desta tarde, a CPI da Corrupção ouviu 25 áudios que integram a ação do Ministério Público Federal (MPF) contra Yeda e mais oito pessoas por improbidade administrativa. As gravações indicariam a distribuição de propina.

Após a escuta, os membros da CPI discutiriam e deliberariam sobre 12 requerimentos, solicitando a convocação de 20 pessoas que seriam ouvidas na comissão. Porém, devido à ausência dos parlamentares da base aliada do governo, a votação não pode ser feita.

Coffy Rodrigues convocou uma sessão extraordinária para o dia 23 deste mês. Ele alega que a base aliada quer receber as informações, porém de forma legal. Para que isso aconteça, ele quer que seja votado o plano de trabalho. "É regimental e tem de ser aprovado pelo colegiado. Se eu não estiver dentro da legalidade, qualquer advogado de um indiciado entrará na Justiça e ganhará", disse.

O deputado Gilberto Capoani (PMDB), vice-presidente da CPI, disse que a oposição quer buscar elementos que já estão no processo e torná-los públicos, fazendo disso palanque eleitoral.

O Fórum dos Servidores Públicos interrompeu a coletiva da base aliada revoltado pelo fato de os parlamentares governistas não participarem da sessão que acontecia no Plenário ao lado. A presidente do Cpers Sindicato, Rejane de Oliveira, afirmou que não é possível que a impunidade siga na Assembleia. "Queremos que a CPI aconteça e que o impeachment (da governadora) seja votado", disse.

Outra manifestante, que ficou exaltada após ter sido retirada da sala da coletiva, falou em voz alta: "até a chama se revoltou", referindo-se ao incidente desta manhã, quando Yeda Crusius levou um susto ao acender a Chama Crioula. A governadora quase foi atingida por uma labareda no momento que participava do rito tradicional da abertura da Semana Farroupilha no Estado.

Denúncias

O governo de Yeda tem sido alvo de acusações desde a Operação Rodin, da Polícia Federal, que investigou o suposto esquema envolvendo fraudes em contratos de prestação de serviços da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) e Fundação para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae) para o Detran, e que causou o desvio de aproximadamente R$ 44 milhões dos cofres públicos, segundo o Ministério Público.

Deputados da base não vão à CPI e concedem coletiva para explicar motivos
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Foto: Fabiana Leal / Terra
Fonte: Especial para Terra
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