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Política

Banco do Nordeste confirma fraudes e afasta suspeito

11 jun 2012 - 22h07
(atualizado às 22h12)
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O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) anunciou nesta segunda-feira a dispensa do chefe de gabinete da presidência Robério Gress do Vale, que ocupava o cargo desde 2004 e é acusado de fraudes bancárias. Em nota, a instituição afirma que não irá se pronunciar sobre a decisão e informa que Gress - funcionário de carreira há 28 anos - irá atuar em outra área do banco.

O afastamento ocorre dois dias após reportagem da revista Época apresentar detalhes de auditorias da Controladoria Geral da União (CGU) sobre um suposto esquema de desvio de dinheiro no BNB. De acordo com a publicação, o valor total das operações de crédito irregulares ultrapassaria R$ 100 milhões. Em outro comunicado divulgado nesta segunda, o banco confirmou a existência de fraudes, mas não admitiu os valores que teriam sido desviados.

Segundo a nota, o BNB começou a apurar as operações ilícitas logo após os primeiros indícios de irregularidades virem à tona. A primeira sindicância foi aberta em julho de 2011. De acordo com a instituição, estas apurações resultaram no afastamento e demissão de diversos colaboradores. O BNB afirmou, ainda, que passou a interagir com órgãos de controle externos - como CGU, Ministério Público e Polícia Federal - para que as investigações tivessem os encaminhamentos e apurações devidos.

No texto, a instituição ressaltou que, nos últimos três anos, contratou 5,8 milhões de operações de crédito e que as irregularidades envolvem 24 clientes deste montante. Por fim, o BNB declarou que "todas as decisões relacionadas à concessão de crédito (...) são tomadas por meio de critérios técnicos e de forma colegiada".

De acordo com a matéria de Época, os financiamentos irregulares resultaram em uma dívida de R$ 125 milhões com o banco. Somente as empresas MP Empreendimentos, Destak Empreendimentos e Destak Incorporadora tiveram financiamentos de quase R$ 12 milhões. As três empresas, segundo a reportagem, pertencem aos cunhados de Robério Gress do Vale. A publicação diz, também, que entre os nomes envolvidos nas investigações estão ao menos dez filiados ao PT, o que seria um indício de caixa-dois para financiar campanhas políticas.

Fonte: Terra
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