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Política

Ativistas denunciam no Brasil que México vive "crise de direitos humanos"

25 mai 2015 - 18h50
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Ativistas mexicanos denunciaram nesta segunda-feira em São Paulo uma "crise de direitos humanos" no país latino-americano e pediram que o desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa, ocorrido em 26 de setembro do ano passado, represente "um ponto de inflexão".

"Esperemos que Ayotzinapa seja um ponto de inflexão, sirva para dar visibilidade à situação no México, porque pessoas podem continuar desaparecendo", denunciou a advogada e ativista mexicana María Luisa Aguilar durante o 14º Colóquio Internacional de Direitos Humanos, promovido pela organização não-governamental Conectas.

Aguilar esteve acompanhada por Gerardo Torres Pérez, estudante mexicano da escola Normal de Ayotzinapa que presenciou o sequestro dos 43 jovens por policiais corruptos sob as ordens de José Luis Abarca, então prefeito de Iguala, no estado sulista de Guerrero.

Segundo a versão oficial, os policiais entregaram os jovens a membros do cartel Guerreros Unidos, que asseguram tê-los assassinado e incinerado seus restos em um depósito de lixo do município vizinho de Cocula.

Aparentemente, esses estudantes foram confundidos com membros do grupo criminoso Los Rojos, rival dos Guerreros Unidos.

A advogada denunciou que o Estado mexicano deu sua versão sem ter "uma certeza jurídica do que realmente aconteceu" e defendeu a importância da "Caravana 43 América do Sul", composta por parentes dos 43 estudantes mexicanos desaparecidos, para questionar o discurso oficial do governo.

Além do desaparecimento de 43 estudantes mexicanos, ativistas e ONG's debateram no colóquio a suposta violação de direitos humanos durante a tensão racial nos Estados Unidos e a repressão policial nos protestos na Turquia e Egito.

O encontro reúne 150 convidados de 40 países diferentes para debater, ao longo de cinco dias, questões como o direito à manifestação ou o papel das ruas como espaço de protesto social.

O colóquio, mesmo com ênfase no Hemisfério Sul, também abordará os efeitos da tortura e da violência sexual, a era pós-apartheid na África do Sul, a prisão americana de Guantánamo e as reivindicações estudantis chilenas, assim como a pena de morte na Indonésia.

EFE   
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