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Política

Arruda prometia a empresas no mínimo R$ 5 mi por mês

1 dez 2009 - 10h31
(atualizado às 10h33)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

Durante a campanha para as eleições ao governo do Distrito Federal de 2006, José Roberto Arruda (DEM) já organizava com empresas da capital federal a arrecadação de recursos em troca de futuros benefícios, caso ele fosse eleito. A informação consta do depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que no dia 16 de setembro falou à Justiça.

"O então candidato Arruda promovia reuniões com essas empresas e as incentivava a dar dinheiro para sua campanha do governo do DF, prometendo-lhes uma fatura mensal nunca inferior a R$ 5 milhões assim que assumisse como governador", informou Durval, que procurou a Justiça em troca do benefício da delação premiada.

Réu em 37 processos, Barbosa, ao denunciar o esquema, pode ter diminuição de pena em uma eventual condenação judicial.

Na segunda, Arruda disse que toda a arrecadação de recursos está devidamente registrada na Justiça Eleitoral. O presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (DEM), que segundo a Polícia Federal foi um dos beneficiários do esquema, admitiu ontem que o dinheiro que ele recebeu foi para o caixa dois de campanha. A deputada Eurides Brito (PMDB), líder do governo e também uma das pessoas que teriam recebido propina, se disse "perplexa" com as acusações.

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Mensalão

O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados neste fim de semana, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

Fonte: Especial para Terra
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