PUBLICIDADE

Política

Arquivarei todas ações semelhantes contra Sarney, diz Duque

5 ago 2009 - 20h04
(atualizado em 6/8/2009 às 07h25)
Compartilhar

laryssa Borges

Direto de Brasília

O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), indicou nesta quarta-feira que pode arquivar mais processos contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). "Se as outras forem iguais, não tem mais sentido. Se for", disse Duque ao término da sessão. "Espero que não seja."

Presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque, faz pronunciamento
Presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque, faz pronunciamento
Foto: Waldemir Rodrigues / Agência Senado

Nesta noite, o colegiado rejeitou três denúncias e uma representação contra o parlamentar. Um processo por quebra de decoro contra o líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), também foi arquivado. A oposição disse que recorrerá dos arquivamentos.

Questionado se está tranquilo com o engavetamento de todos os processos, o senador resumiu: "nunca fui dormir tão bem quanto vou hoje".

Apesar da decisão impopular de não dar seguimento às ações contra Sarney, o presidente do Conselho de Ética do Senado negou que a Casa Legislativa esteja em guerra. "Não tem batalha, não tem guerra. Tem que distender", alegou. "Vocês é que estão inventando guerra."

Na representação apresentada pelo Psol, o partido listava os parentes do senador que teriam sido nomeados por meio de atos secretos, entre os quais João Fernando Sarney, neto do parlamentar, Vera Portela Macieira Borges e Maria do Carmo Macieira, sobrinhas do senador.

No caso de Renan, o argumento do Psol era de que o integrante da tropa de choque de Sarney teria violado o decoro parlamentar ao tentar fazer com que o PSDB desistisse de encaminhar representação contra Sarney, para que, em troca, o PMDB não denunciasse Arthur Virgílio (PSDB-AM) ao colegiado.

A primeira das denúncias tratava de um suposto tráfico de influência de Sarney em favor do neto, José Adriano Sarney, que operava um sistema de crédito consignado de servidores da Casa, e de eventuais irregularidades da Fundação José Sarney.

A segunda ação acusava Sarney de mentir no Senado ao dizer que não tinha responsabilidades administrativas sobre a Fundação Sarney, entidade que guarda o acervo da época em que ele foi presidente da República.

Após denúncias de que a fundação teria desviado recursos públicos de um patrocínio feito pela Petrobras, Sarney negou que tivesse qualquer papel no episódio, apesar de o estatuto da entidade prever que Sarney seja "presidente vitalício" e responsável por vetar e dar avais financeiros aos projetos desenvolvidos.

Na terceira denúncia, Sarney era acusado de utilizar a advocacia do Senado, em 2005, para questionar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma lei estadual que contrariava seus interesses e os da Fundação José Sarney.

O presidente do Senado se defendeu na tarde de hoje da série de denúncias que sofre na Casa. Alegando ser "vítima de uma campanha sistemática e agressiva", Sarney pediu em Plenário que os demais senadores o julguem com justiça e levem em conta tudo que ele representou em 55 anos de vida pública. Ele negou ainda denúncias de nepotismo, favorecimento de parentes e de envolvimento com os atos secretos.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade