Após ordem judicial, Fortunati defende subsídios para baixar tarifas de ônibus
Prefeito de Porto Alegre, que foi obrigado pela Justiça a rever aumento das tarifas, diz que quer "melhorar a vida das pessoas"
Menos de um mês após ter sido forçado pela Justiça a recuar de um aumento na tarifa de ônibus em Porto Alegre - de R$ 2,85 para R$ 3,05 -, o prefeito da capital gaúcha, José Fortunati (PDT), defendeu a redução do custo do transporte público como forma de “melhorar a vida das pessoas”. O pedetista foi eleito presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e discursou para uma plateia de chefes do Executivo municipal em Brasília.
Porto Alegre reduz passagem e jovens comemoram na chuva
“Nosso interesse é defender o cidadão brasileiro. É ele que tem de ser preservado, é ele que tem de ser defendido”, afirmou. Uma das soluções apontadas pelo prefeito foi a de reduzir o custo da tarifa das passagens dos transportes urbano e metropolitano. Uma proposta defendida por Fortunati no âmbito da FNP foi “a inclusão da Cide sobre gasolina para que quem use automóvel ajude a subsidiar o transporte público coletivo”. Mais tarde, em entrevista coletiva, ele ponderou que o assunto ainda está em gestação, porque terá impacto sobre a inflação.
Pressão popular impede aumento
Desde que entrou em vigor o valor de R$ 3,05, no dia 25 de março, jovens saíram às ruas da cidade em uma série de protestos. Em um dos atos, os manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar em frente à prefeitura, o que gerou críticas de Fortunati.
No dia 1º de abril, uma multidão de cerca de 5 mil pessoas saiu em caminhada no Centro e parou a cidade. A pedido dos vereadores do Psol Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, o juiz Hilbert Maximiliano Obara determinou a suspensão do aumento da passagem até o julgamento do mérito da questão.
Após a determinação judicial, Fortunati pediu à presidente Dilma Rousseff, em nome da Frente Nacional de Prefeitos, ajuda para medidas que possam subsidiar o preço da passagem de ônibus na capital gaúcha.
No início de março, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou a revisão do cálculo de reajuste das passagens de ônibus em Porto Alegre. A decisão negava o pedido da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) para manter no cálculo de reajuste a frota reserva das empresas. Segundo o Ministério Público de Contas (MPC), que pediu a revisão, a decisão poderia deixar a tarifa até 10% mais barata que a atual. Desde 2012, diversos protestos contra o aumento das passagens foram realizados na capital gaúcha.
