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Política

Após insultos, ex-CQC critica "radicalismo" de manifestantes

Guga Noblat foi hostilizado ao passar por "panelaço" anti-PT vestindo camiseta vermelha; ele estava com a filha no colo

20 mai 2015 - 16h40
(atualizado às 17h56)
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O jornalista Guga Noblat, ex-integrante do programa CQC, criticou nesta quarta-feira o “clima de torcida organizada” que tomou conta do debate político no Brasil. No último domingo, Guga voltava para casa com a filha pequena no colo quando foi hostilizado por cerca de 20 manifestantes anti-PT que faziam um panelaço na Avenida Paulista, em São Paulo. Ele, que já foi rotulado de “jornalista de esquerda”, vestia uma camiseta vermelha - da marca All Star.

Guga Nobalt, ex-repórter do CQC, estava com a filha no colo quando foi hostilizado por manifestantes
Guga Nobalt, ex-repórter do CQC, estava com a filha no colo quando foi hostilizado por manifestantes
Foto: Reprodução

“É bizarro eu ter que pensar na cor da camisa que eu vou vestir”, disse ao Terra. “A coisa está nesse nível. Se eu saio de vermelho, sou hostilizado. Se saio de verde e amarelo, dizem que eu sou contra a Dilma. Virou uma coisa tola, idiota. Mostra bem o nível de radicalismo desse pessoal”, continuou.

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Guga afirmou ainda que tem recebido diversas ameaças pelo Twitter e pelo Facebook. “Dizem que não é mais para eu aparecer em manifestação, que se aparecer vou apanhar.” Segundo ele, as "ameaças da extrema-direita” começaram em 2014, durante a cobertura de um protesto contra a presidente Dilma Rousseff (PT). “Perguntei para um cara quem assumiria em caso de impeachment e ele não soube responder. Cercaram a nossa equipe, bateram no microfone, tentaram me intimidar.”

Para Guga, tanto o governo quanto a oposição são responsáveis pelo acirramento dos ânimos. “O Brasil está polarizado, dividido, rachado. E os dois lados têm culpa. O governo e o PT, por sempre adotarem esse discurso de que quem não está com eles está contra o Brasil; e a direita, por sempre tratar como inimigo quem é a favor do governo Dilma. E esse não é nem o meu caso, eu sou um jornalista e sempre tento fazer matérias críticas”, disse.

“Não coloquei minha filha em perigo”

Com a repercussão do vídeo que mostra os “paneleiros” insultando Guga com a filha no colo, o jornalista recebeu críticas de que teria colocado o bebê em perigo ao discutir com os manifestantes.

Com bebê no colo, ex-repórter do CQC é alvo de insultos:

“Eu realmente não me senti ameaçado. Ali tinha senhores, mulheres e alguns playboyzinhos que até tentaram, mas eu não quis me intimidar. Não é porque estão gritando palavras de ordem que eu vou sair correndo. Acabei respondendo alguns insultos, mas realmente não senti ameaça de levar porrada, não coloquei minha filha em perigo. Se achasse que minha filha corria perigo com certeza sairia correndo”, afirmou.

Guga ainda rebateu as críticas de que teria ido ao local para "provocar". “Eu não tinha a menor ideia de que havia um panelaço ali. Tinha 20 pessoas na Paulista fazendo protesto, era um numero insignificante, não tinha como notar.”

Fonte: Terra
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