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Política

Após campanha polarizada, Beto Richa toma posse no Paraná

1 jan 2011 - 10h57
(atualizado às 15h19)
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Roger Pereira
Joyce Carvalho
Direto de Curitiba

O novo governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) tomou posse às 10h30 deste sábado (1º) na Assembleia Legilativa do Paraná, em Curitiba. A posse oficial de Beto Richa e seu vice, ex-senador Flávio Arns (PSDB) ocorreu em cerimônia rápida com discursos do presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM) e do novo governador, que falou por quase meia hora.

Participaram da solenidade a mãe do novo governador, Arlete Richa, sua esposa, Fernanda Richa (nomeada secretária de Desenvolvimento Social), seus três filhos, e todos os secretários nomeados, além de deputados estaduais, federais, prefeitos e vereadores de todo o estado.

Com várias críticas ao governo anterior (Roberto Requião e Orlando Pessuti, ambos do PMDB), Richa disse que sua posse marca "o início de um novo tempo para as pessoas de bem no Paraná".

Da Assembleia, Richa seguiu à pé para o Palácio Iguaçu, onde recebe o cargo do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB) e discursa para o público. Beto Richa assume o governo do Paraná 28 anos depois de seu pai, José Richa.

Carlos Alberto Richa (PSDB) foi eleito governador do Paraná no primeiro turno, com 3.039.774 de votos (52,44%). Seu principal adversário, Osmar Dias (PDT) teve 2.645.341 de votos (45,63%).

A campanha foi polarizada entre Richa e Dias (PDT), repetindo, no Paraná, as alianças formadas na eleição presidencial. O governador eleito formou a coligação "Novo Paraná", com os partidos PRB, PP, PTB, PSL, PTN, PPS, DEM, PMN, PTC, PSB, PRB E PSDB, sendo o candidato a vice o senador Flávio Arns (PSDB).

No ex-petista Flávio Arns, a campanha tucana encontrou o vice ideal. Sobrinho da médica Zilda Arns (morta em 2010 no terremoto que atingiu Haiti), Arns trocou o PT pelo PSDB em 2009, após discordar da proteção de sua bancada ao presidente do Senado José Sarney, absolvido pelo Conselho de Ética da Casa.

Durante a campanha, Richa e Osmar Dias trocaram muitas farpas, originadas pela falta de apoio de Richa ao ex-senador pelo Paraná. Aliados desde 2006, Dias apoiou Beto na candidatura à prefeitura de Curitiba em 2008 e, neste ano, esperava a contrapartida do PSDB em sua candidatura ao governo do Estado, o que não aconteceu. Motivado pela alta popularidade alcançada, o tucano renunciou à prefeitura para disputar o governo. Os partidos ainda tentaram um acordo para que Osmar Dias fosse o candidato ao senado da chapa tucana, mas, influenciado pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi e pelo presidente Lula, Dias manteve a candidatura, garantindo um palanque forte para Dilma Rousseff no Estado. Na campanha, Álvaro Dias declarou voto no irmão, Osmar Dias.

Sem uma terceira força na campanha estadual, Richa foi eleito no primeiro turno, utilizando uma estratégia arriscada: a campanha tucana impugnou todas as pesquisas de intenção de voto das duas últimas semanas de campanha, quando os institutos apontavam a diminuição de sua vantagem sobre Osmar.

Beto Richa chega ao governo após oito anos de comando do PMDB, com Roberto Requião, que deixou o cargo em abril para disputar o Senado, e Orlando Pessuti, vice de Requião que conclui o mandato. Adversários na campanha, Pessuti e Richa tiveram uma transição conturbada. A equipe de transição do governador eleito apontou um rombo de R$ 1,5 bilhão nas contas do estado e apresentou uma série de emendas remanejando recursos do Orçamento.

Na Assembleia Legislativa, deputados tucanos barraram diversos projetos de Pessuti que implicariam custos para o novo mandato, acusando o atual governador de querer comprometer o orçamento do novo governador, enquanto a base de Pessuti reclamou que Beto quis antecipar o início de seu mandato, influenciando os projetos aprovados já no final de 2010.

Além disto, Richa articulou cargos na Assembleia Legislativa. As vagas de 1º vice-presidente e 3º secretário da próxima Mesa Diretora da Casa foram concedidas ao PMDB. Desta maneira, o governador consegue mais apoio para trabalhar. Ele também anunciou o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) como novo secretário de Estado do Trabalho e Emprego. Romanelli foi líder do governo na Assembleia Legislativa durante todo o mandato de Requião.

Beto Richa (PSDB), 45 anos, nasceu em Londrina. É filho do ex-governador do Paraná José Richa. Foi deputado estadual entre 1994 e 2000, quando deixou seu segundo mandato na Assembleia Legislativa para disputar o cargo de vice-prefeito de Curitiba, sendo eleito e ficando na função até 2004, quando foi eleito prefeito da capital. Reelegeu-se em 2008, mas renunciou com um ano e três meses de mandato para disputar o governo do Estado.

Enquanto prefeito de Curitiba, Beto Richa teve altos índices de popularidade, inclusive sendo apontado como prefeito de maior aprovação no País segundo pesquisas do Datafolha. Ele chegou a 84% de aprovação dos moradores de Curitiba. Isto levou o PSDB a investir na sua candidatura. Outro expoente do PSDB no Paraná, o senador Álvaro Dias, foi voto vencido dentro do partido para a disputa estadual.

Fonte: Especial para Terra
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