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Política

Além de Collor: veja presidentes que não completaram mandato

Desde a instauração da República no Brasil, onze presidentes deixaram o poder antes do previsto

11 mar 2015 - 17h20
(atualizado às 17h26)
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Onze presidentes brasileiros não completaram o mandato por motivos diversos
Foto: Planalto / Divulgação

Desde 1889, quando foi instaurada a República, até 2015, o Brasil foi comandado por 42 presidentes. Destes, onze não completaram o mandato por motivos diversos. A seguir, relembre os presidentes que deixaram o poder antes do tempo previsto.

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1. Marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891)

Deodoro deixou o poder a fim de evitar o derramamento de sangue em decorrência da Revolta da Esquadra
Deodoro deixou o poder a fim de evitar o derramamento de sangue em decorrência da Revolta da Esquadra
Foto: Planalto / Divulgação

Alagoano, Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente do Brasil após a Proclamação da República. As eleições, indiretas, se realizaram no Congresso Nacional. Ele recebeu 129 votos e venceu o candidato de oposição, Prudente de Morais. Em 1891, após dissolver o Congresso por divergências, acabou deixando o poder a fim de evitar o derramamento de sangue em decorrência da Revolta da Esquadra - tentativa de embate comandado pelo contra-almirante Custódio José de Melo devido ao fechamento do órgão legislador.

2. Afonso Pena (1906 - 1909)

Em junho de 1909 Pena morreu e deixou o poder nas mãos do vice-presidente, Nilo Peçanha
Em junho de 1909 Pena morreu e deixou o poder nas mãos do vice-presidente, Nilo Peçanha
Foto: Planalto / Divulgação

Quarto presidente civil, Afonso Pena teve seu governo marcado pelo grande investimento na indústria, principalmente na de algodão. O mineiro encampou o Convênio de Taubaté - fixação de preços por sacas de café, além da compra de todo o estoque por meio de empréstimos estrangeiros. Em junho de 1909 Pena morreu e deixou o poder nas mãos do vice-presidente, Nilo Peçanha.

3. Rodrigues Alves (1918)

<p>Rodrigues Alves iria substituir Wenceslau Brás</p>
Rodrigues Alves iria substituir Wenceslau Brás
Foto: Planalto / Divulgação

Eleito para o segundo mandato, pois já havia governado de 1902 a 1906, Rodrigues Alves iria substituir Wenceslau Brás. Porém, o paulista morreu antes de tomar posse. O vice-presidente, Delfim Moreira, assumiu interinamente enquanto se realizavam novas eleições que deixaram no poder até 1922 o paraibano Epitácio Pessoa. 

4. Washington Luís (1928-1930)

<p>Aliança Liberal iniciou a Revolução de 1930, na qual Washington Luís foi deposto</p>
Aliança Liberal iniciou a Revolução de 1930, na qual Washington Luís foi deposto
Foto: Planalto / Divulgação

Apesar de restaurar a liberdade de imprensa - suspensa pelo governo de Arthur Bernardes - e incentivar a construção de estradas, reforma financeira e remodelação urbana, o governo foi marcado por grande depressão financeira, coincidindo com a grande produção de café. Quando convocadas as eleições, fora acordado que Washington Luís deveria escolher como novo presidente um mineiro, Antônio Carlos. Porém, o indicado foi o paulista Júlio Prestes. Com a cisão da “República Café com Leite” - acordo de alternância de poder entre paulistas e mineiros -, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba acabaram formando a Aliança Liberal. Getúlio Vargas, candidato gaúcho, acabou perdendo para o paulista Júlio Prestes nas eleições. Descontentes com os paulistas após o assassinato de João Pessoa na Paraíba, a Aliança Liberal iniciou a Revolução de 1930, na qual Washington Luís foi deposto.

5. Júlio Prestes (1930)

<p>Júlio Prestes foi impedido de assumir a presidência após ganhar as eleições</p>
Júlio Prestes foi impedido de assumir a presidência após ganhar as eleições
Foto: Planalto / Divulgação

Após a queda de Washington Luís, uma junta governativa acabou comandando o País. Dessa forma, Júlio Prestes foi impedido de assumir a presidência após ganhar as eleições.

6. Getúlio Vargas (1930-1945)

<p>Pressionado, Vargas se suicidou em 24 de agosto de 1954, deixando uma carta-testamento</p>
Pressionado, Vargas se suicidou em 24 de agosto de 1954, deixando uma carta-testamento
Foto: Planalto / Divulgação

Em um governo populista e nacionalista, Vargas conquistou brasileiros por meio da criação da legislação trabalhista, mas também atraiu o ódio de outros, que questionavam a sua conduta ditatorial. Pressionado por todos os lados, acabou convocando eleições e lançou a campanha do “Queremismo” - “queremos Getúlio Vargas”. Essa manifestação provocou a articulação das oposições que temiam a recondução do gaúcho ao poder. Após ficar 15 anos de governo, Vargas foi deposto em 1945 por um golpe de estado.

6,5. Getúlio Vargas (1951 - 1954)

Terminado o governo de Eurico Dutra, o candidato Getúlio Vargas venceu as eleições com 3.894.000 votos. Pela segunda vez no poder, Vargas se voltou para o desenvolvimento capitalista por meio de medidas protecionistas. O descontentamento de líderes estrangeiros com essa política, além do alarde de uma República Sindical, iniciaram um período de instabilidade.  As pressões da oposição se juntaram com as exigências militares da Aeronáutica e da Marinha que desejavam sua renúncia, e a crise se agravou com o atentado da rua Tonelero. Pressionado, Vargas se suicidou em 24 de agosto de 1954, deixando uma carta-testamento. O “pai dos pobres”, como era conhecido, se despediu dos brasileiros com a frase: “agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”.

7. Jânio Quadros (1961)

<p>Jânio Quadros renunciou alegando pressões das forças ocultas</p>
Jânio Quadros renunciou alegando pressões das forças ocultas
Foto: Planalto / Divulgação

Jânio Quadros (UDN) venceu a eleição após a famosa campanha na qual prometia “varrer a corrupção”. O mineiro permaneceu de janeiro a agosto de 1961 no poder, quando reatou relações diplomáticas com a União Soviética. No dia 25 de agosto daquele ano, alegando pressões das “forças ocultas” - pode-se deduzir que fazia referência aos militares -, Jânio Quadros renunciou.

8. João Goulart (1961 - 1964)

<p>Em 31 de março de 1964, Jango foi deposto por meio de um golpe militar</p>
Em 31 de março de 1964, Jango foi deposto por meio de um golpe militar
Foto: Planalto / Divulgação

Vice-presidente de Jânio Quadros, João Goulart, que estava em visita à China Comunista, quase foi impedido de tomar posse. Jango, como era conhecido, chegou ao poder após o Congresso criar o Ato Adicional de 03 de setembro de 1961, que alterava a Constituição de 1946 e estabelecia o parlamentarismo. Em 1963, os brasileiros optaram pela volta do presidencialismo em um plebiscito popular. O descontentamento crescia entre os militares, que enxergavam uma infiltração comunista nas classes mais baixas. A estatização de empresas estrangeiras, aliada à tendência nacionalista do então presidente, irritava alguns setores e preocupava os Estados Unidos. Em 31 de março de 1964, Jango foi deposto por meio de um golpe militar.

9. Costa e Silva (1967-1969)

Governo do gaúcho ficou conhecido como fase do terror
Governo do gaúcho ficou conhecido como fase do terror
Foto: Planalto / Divulgação

Indicado pelos militares, Costa e Silva fazia parte do grupo “linha dura”. O governo do gaúcho ficou conhecido como “fase do terror” pela forte repressão a diversos movimentos contrários à ditadura instaurada. Enquanto grupos esquerdistas de luta armada começavam a atuar, Costa e Silva fechou o Congresso Nacional e instaurou o Ato Institucional 5 - que conferia poderes quase que absolutos ao presidente. Em agosto de 1969, se afastou do cargo em virtude de uma trombose cerebral, sendo substituído por uma junta militar.

10. Tancredo Neves (1985)

<p>Tancredo morreu antes de conseguir assumir o cargo</p>
Tancredo morreu antes de conseguir assumir o cargo
Foto: Planalto / Divulgação

Após a abertura política no governo de João Baptista Figueiredo, Tancredo Neves venceu a eleição indireta para presidente contra Paulo Maluf. Na véspera da posse, em 14 de março de 1985, foi internado em estado grave, e José Sarney assumiu o cargo de vice-presidente. Tancredo morreu antes de conseguir assumir o cargo e ser o primeiro presidente da volta do regime democrático.

11. Fernando Collor (1990-1992)

Collor foi condenado por crime de responsabilidade e teve seus direitos políticos suspensos por oito anos
Collor foi condenado por crime de responsabilidade e teve seus direitos políticos suspensos por oito anos
Foto: Planalto / Divulgação

Enquanto as denúncias de corrupção envolvendo o governo vinham à tona, a inflação brasileira continuava aumentando, e o consumo, caindo. Inconformados com a situação política do País, milhares de pessoas saíram às ruas, principalmente, em um movimento que ficou conhecido como “caras-pintadas”. A reivindicação era  o afastamento do então presidente. Sob pressão popular, a Câmara dos Deputados aprovou a abertura do processo de impeachment no Senado. Tentando manter seus direitos políticos, Collor acabou renunciando. Ainda assim, foi condenado por crime de responsabilidade, teve seus direitos políticos suspensos por oito anos e respondeu na justiça comum a um processo paralelo, acusado de formação de quadrilha e corrupção passiva.

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Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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