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Política

Agripino admite que DEM pode expulsar Demóstenes por Cachoeira

27 mar 2012 - 12h47
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Elaine Lina
Direto de Brasília

Aumentou a pressão para que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) apresente explicações sobre suposto envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso recentemente pela operação Monte Carlo da Polícia Federal. O presidente do Democratas, senador Agripino Maia, admitiu nesta terça-feira que o partido está desconfortável e poderá expulsar da sigla o senador, caso a Procuradoria Geral da República (PGR) apresente denúncias com "elementos fortes e claros" contra ele.

Demóstenes Torres disse que não é investigado, mas admitiu conhecer Carlinhos Cachoeira
Demóstenes Torres disse que não é investigado, mas admitiu conhecer Carlinhos Cachoeira
Foto: Agência Brasil

"Dependendo das gravidades e qualidades da denúncia, (...) o partido já tem atuação pretérita em cima de fatos como esses que estão mencionados. O democratas é um partido que zela pela ética", disse, ao ser questionado se a sigla pouparia a Demóstenes.

Ao responder questionamentos de jornalistas no Congresso Nacional nesta manhã, Agripino explicou que a situação é incômoda dentro do partido devido ao silêncio da PGR, o que gera dúvida no Senado Federal, cria desconforto para demais senadores e impossibilita a defesa de Demóstenes.

"A dúvida geral o incomodo, (..) é preciso dar o direito do contraditório. Tudo isso deve ser posto às claras para se dar ao senador o direito de se defender e apresentar justificativas que ele deve ter", disse. "A PGR dispões de todos os elementos que precisa. Que esses elementos sejam expostos e o processo de investigação seja instalado, ou não. Acho que o Senado todo, que vive momento de constrangimento, aguarda pronunciamento da PGR."

Na sexta-feira, uma reportagem do jornal O Globo afirmou que gravações da Polícia Federal indicam que o senador pediu dinheiro e vazou informações de reuniões oficiais a Cachoeira. Conforme a publicação, mesmo recebendo relatório em 2009, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não tomou providências para esclarecer o caso. O documento aponta que os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO) também mantinham ligações suspeitas com Cachoeira.

Na tribuna do Senado, Demóstenes se defendeu afirmando que não é investigado por nenhum crime ou contravenção e que a violação do seu sigilo telefônico não obedeceu a critérios legais. Apesar disso, o senador não negou que conheça Cachoeira, nem que tem uma relação próxima com o bicheiro.

Fonte: Terra
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