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Política

Agência canadense espionou Ministério de Minas e Energia

6 out 2013 - 22h34
(atualizado às 22h34)
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A agência de inteligência do Canadá (a CSEC) monitorou as comunicações feitas pelo Ministério de Minas e Energia do Brasil. O país da América do Norte é sede de algumas das maiores empresas de mineração do mundo. No ministério são guardadas informações estratégicas que podem servir, por exemplos, a companhias interessadas em obter vantagens em leilões de energia. As informações são do Fantástico.

A reportagem é baseada em um documento divulgado por Edward Snowden, ex-analista de da Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês), sobre uma reunião da CSEC com países parceiros, entre eles, os Estados Unidos. A reunião mostra um programa de espionagem dos canadenses, chamado de Olympia.

Com a ferramenta, a CSEC conseguiu monitorar e-mails e telefonemas de autoridades brasileiras. Não há indicação de que o conteúdo das conversas foi acessado, apenas quem falou com quem, como, onde e como. Contudo, na reunião é sugerida uma operação conjunta com os Estados Unidos para uma invasão nos servidores do ministério responsáveis pela segurança da comunicação.

"É um fato grave que merece repúdio", diz o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que lembra que a presidente Dilma Rousseff criticou na ONU os métodos de espionagem dos Estados Unidos.

O governo do Canadá disse à reportagem que não comenta assuntos de segurança nem de inteligência no exterior. A NSA também disse que não vai comentar assuntos de Inteligência e que os Estados Unidos estão revisando os seus meios de inteligência.

Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal tambéminstaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

Monitoramento

Reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, afirma que documentos que fariam parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores como alvos de espionagem.

De acordo com a reportagem, entre os documentos está uma apresentação chamada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". Nela, aparecem o nome da presidente do Brasil e do presidente do México, Enrique Peña Nieto, então candidato à presidência daquele país quando o relatório foi produzido.

O nome de Dilma, de acordo com a reportagem, está, por exemplo, em um desenho que mostraria sua comunicação com assessores. Os nomes deles, no entanto, estão apagados. O documento cita programas que podem rastrear e-mails, acesso a páginas na internet, ligações telefônicas e o IP (código de identificação do computador utilizado), mas não há exemplos de mensagens ou ligações.

Fonte: Terra
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