PUBLICIDADE

Política

'As costas de Lula parecem tábua de tiro ao alvo', diz senador tucano

28 nov 2012 - 16h14
(atualizado às 17h19)
Compartilhar

Durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, nesta quarta-feira, o senador do PSDB Aloysio Nunes (SP) brincou com a informação de que o ex-presidente Lula se sentiu "apunhalado pelas costas", após uma operação da Polícia Federal revelar um escândalo envolvendo sua amiga e ex-assessora da presidência em São Paulo, Rosemary Novóa Noronha. "Isso me lembra a música do Adoniran Barbosa (Tiro ao Álvaro) (...) As costas do ex-presidente Lula parecem tábua de tiro alvo", ironizou.

A declaração foi dada antes dos parlamentares votarem a criação de mais 90 cargos em comissão. O tucano votou contra o projeto e criticou, dizendo que não houve critério para a criação dos cargos. O projeto, no entanto, foi aprovado.

Rosemary Nóvoa Noronha foi exonerada logo após a deflagração da Operação Porto Seguro. Ela é investigada por envolvimento em uma organização criminosa infiltrada no governo, que fraudava pareceres técnicos para interesse de empresas privadas.

Operação Porto Seguro

Deflagrada no dia 23 de novembro pela Polícia Federal (PF), a operação Porto Seguro realizou buscas em órgãos federais no Estado de São Paulo e em Brasília para desarticular uma organização criminosa que agia para conseguir pareceres técnicos fraudulentos com o objetivo de beneficiar interesses privados. A suspeita é de que o grupo, composto por servidores públicos e agentes privados, cooptava servidores de órgãos públicos também para acelerar a tramitação de procedimentos.

Na ação, foram presos os irmãos e diretores Paulo Rodrigues Vieira, da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além das empresas estatais em Brasília, como a Anac, a ANA e os Correios, foram realizadas buscas no escritório regional da Presidência em São Paulo, cuja então chefe, Rosemary Nóvoa de Noronha, também foi indiciada por fazer parte do grupo criminoso. O advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, também foi indiciado durante a ação.

Exonerada logo após as buscas, Rosemary ela teria recebido diversos artigos como propina. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, em troca do tráfico de influência que fazia, ela chegou a ganhar um cruzeiro com a dupla sertaneja Bruno e Marrone, cirurgia plástica e um camarote no Carnaval do Rio de Janeiro.

O inquérito que culminou na ação foi iniciado em março de 2011, quando, arrependido, Cyonil da Cunha Borges de Faria Jr., auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), procurou a PF dizendo ter aceitado R$ 300 mil para fazer um relatório favorável à Tecondi, empresa de contêineres que opera em Santos (SP). O dinheiro teria sido oferecido por Paulo Rodrigues Vieira entre 2009 e 2010. Vieira é apontado pela PF como o principal articulador do esquema. Na época, ele era ouvidor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e conselheiro fiscal da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

Em decorrência da operação, foram afastados de seus cargos o inventariante da extinta Rede Ferroviária Federal S.A., José Francisco da Silva Cruz, o ouvidor da Antaq, Jailson Santos Soares, e o chefe de gabinete da autarquia, Enio Soares Dias. Também foi exonerada de seu cargo Mirelle Nóvoa de Noronha, assessora técnica da Diretoria de Infraestrutura Aeroportuária da Anac. O desligamento ocorreu a pedido da própria Mirelle, que é filha de Rosemary.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade