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Política

'Mandaram a Dilma para onde deveriam', diz Paulinho da Força

Presidente do Solidariedade participou da convenção nacional do PSDB neste sábado

14 jun 2014 - 11h01
(atualizado às 23h29)
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<p>PSDB lança neste sábado a candidatura de Aécio Neves à Presidência </p>
PSDB lança neste sábado a candidatura de Aécio Neves à Presidência
Foto: Alan Morici / Terra

O presidente do Partido da Solidariedade, deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, usou o palanque do PSDB neste sábado, durante a convenção nacional do partido, em São Paulo, para referendar xingamentos feitos esta semana à presidente Dilma Rousseff (PT). "O povo mandou ela (Dilma) para o lugar que deveria mandar", afirmou, referindo-se aos gritos que parte da torcida na abertura da Copa do Mundo, quinta passada, lançou à mandatária.

Paulinho considerou que a torcida "esculhambou a presidente".

“Vamos enfrentar o governo que não cumpriu nenhuma das causas trabalhistas que eu represento”, enfatizou. "Vamos enfrentar o governo que nem mais tem coragem de sair à rua. (O governo que,) Quando aparece no telão, o povo nem vaia mais: esculhamba com ela, como aconteceu no jogo do Brasil. Estamos acostumados com presidentes ruins serem vaiados, ela, não: o povo está esculhambando com ela", enfatizou, aplaudido pela militância.

"Será que esse país que essa mulher está falando é o país onde vivemos? Um governo que rouba da parte de cima até embaixo", acusou.

Em maio, durante a festa do Dia do Trabalhador, o deputado havia pedido uma "banana" simbólica a Dilma. Hoje, na convenção do PSDB, o parlamentar encerrou o discurso puxando trecho do hino da Independência cantado não apenas pelos militantes, como por lideranças tucanas e aliadas.

O parlamentar afirmou que no próximo sábado o partido que ele preside, em convenção, anunciará o apoio ao senador Aécio Neves à Presidência.

Críticas e lideranças do passado marcam convenção

O Partido dos Trabalhadores (PT) foi um dos principais personagens da convenção nacional que referendou Aécio como candidato do PSDB à Presidência da República. O evento reuniu militantes de todo o Brasil em um centro de convenções da zona norte de São Paulo. Dos 451 delegados de partido aptos a votar, 447 aprovaram a candidatura do senador, contra três votos brancos e um nulo.

O partido da principal rival de Aécio no pleito de outubro, a presidente Dilma Rousseff, foi o alvo preferido das críticas de tucanos e aliados - entre os quais, o presidente do Democratas, senador José Agripino Maia (RN), que chamou Aécio de “candidato jeitosão”.

Além das críticas ao modelo de governo do PT, a convenção exaltou líderes - tucanos ou não - das últimas décadas, dentre os quais os ex-presidentes Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves (avô de Aécio) e Fernando Henrique Cardoso, além dos ex-governadores paulistas Franco Montoro e Mário Covas. FHC ganhou papel de destaque nos discursos ao ser lembrado como autor do Plano Real, responsável pela estabilidade econômica do país, além de programas de transferência de renda, que, segundo os tucanos, foram herdados pelos petistas.

“Vimos com FHC um governo com princípios, sem escamoteações. Agora, estamos vendo a máscara do PT cair, porque ele desrespeita as pessoas, as leis, o povo”, afirmou o governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho. “Não é possível olhar esse país e ver que tristeza e desesperança ocupam os corações de norte a sul. Mais que uma crise política, vivemos uma crise de representatividade; uma encruzilhada civilizatória absolutamente necessária”, concluiu.

O ex-governador José Serra, um dos cotados para a vaga de candidato agora ocupada pelo colega mineiro, destacou a “inflação aumentada e a economia estagnada da era petista”.

Já FHC, que garantiu haver aliança dentro do partido, a candidatura de Aécio é uma forma de o País se livrar do que classificou como “corruptos, ladrões, farsantes”. “O povo se cansou de comiseração”, definiu o ex-presidente, para quem o senador “é preciso um líder jovem que se dedique de corpo e alma”.

Aécio cita Tancredo e faz ataques 

Aécio fez menções ao avô, Tancredo - entre as quais, um poema de Ferreira Gullar quando da morte do então presidente -, enalteceu as realizações das gestões tucanas na Presidência  e não poupou munição aos governos do PT.

“Quem foi contra o Plano Real é quem hoje permite a volta da inflação; quem foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal é quem hoje assina a maldita contabilidade criativa; quem se negou a apoiar a união nacional defendida por Tancredo e Itamar, em dois momentos importantíssimos da vida nacional, são os mesmos que se esforçam hoje em dividir o Brasil de forma perversa entre o nós e eles”, reclamou. “Nos últimos anos, com velocidade surpreendente, o legado bendito que a gestão do PSDB deixou para o país está se esvaindo, se esgotando; a inflação é uma realidade que assalta a mesa dos mais pobres”.

Para o tucano, os brasileiros “acreditaram na propaganda de quem dizia defender a ética e elegeram um governo que foi protagonista dos maiores escândalos de corrupção da nossa história. Acreditaram na propaganda de quem dizia defender o patrimônio público. E elegeram um governo que em poucos anos vem aniquilando o valioso patrimônio construído por gerações de brasileiros”, completou. “O Brasil não aceita mais o Estado cooptado e aparelhado”.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que o nome do vice deve sair em duas semanas. Entre os cotados estão o presidente nacional do DEM, o senador Aloísio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP).

Fonte: Terra
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