PUBLICIDADE

Policiais Militares são condenados por tortura no RS

Local onde os crimes foram cometidos é conhecido como "Chácara da Porrada"

10 nov 2015 - 07h55
(atualizado às 07h58)
Compartilhar
Exibir comentários

Seis policiais militares foram condenados por tortura e coação em Jaguarão, no Rio Grande do Sul. A sentença foi proferida no final da última semana e levou em consideração crimes cometidos em 7 de setembro de 2014 na cidade. Conforme as investigações do Ministério Público, um assalto à casa de um policial teria sido o estopim das ações criminosas.

Local onde os crimes foram cometidos é conhecido como "Chácara da Porrada"
Local onde os crimes foram cometidos é conhecido como "Chácara da Porrada"
Foto: Divulgação Jornal Pampeano

Após o roubo, os policiais lesados pediram o apoio de colegas plantonistas para iniciar uma busca pela cidade na tentativa de encontrar os assaltantes. Os policiais foram até as casas das cinco vítimas, então suspeitas do assalto, e iniciaram as torturas. As vítimas eram algemadas e agredidas a chutes, e então obrigadas a entrarem na viatura policial. Na sequência, os suspeitos foram encaminhados para uma chácara de propriedade de um dos policiais, conhecida como “Chácara da Porrada”.

No local, cada um dos sequestrados foi novamente agredido, desta vez com golpes de madeira e rebenque, além de serem asfixiados com sacos plásticos na cabeça. Um dos suspeitos do furto foi colocado nu e algemado dentro do porta-malas de uma das viaturas e levado para outro local. Lá, ele foi novamente agredido e posteriormente reconduzido à chácara.

Dois policiais ainda respondem por abuso de autoridade, por terem agredido uma sexta vítima com coronhadas. Um dos policiais colocou o cano de um revólver na boca da vítima, a ameaçando de morte. Ao final das torturas, os militares forjaram um flagrante, invadindo, sem mandado judicial, a residência de um dos suspeitos. No local, eles apreenderam objetos furtados, mas a ação arbitrária invalidou a prova para a manutenção da prisão dos suspeitos dos furtos.

A promotoria deve recorrer para tentar aumentar o tempo das penas, que oscilam entre três e sete anos de detenção. Além da prisão, eles perderam os cargos que ocupavam e estão impedidos de ingressar no serviço público pelo dobro do tempo das penas a que foram condenados.

Fonte: Terra
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade