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Polícia

Vizinhos de atirador dizem que ele era antissocial, mas pacífico

7 abr 2011 - 18h08
(atualizado às 21h12)
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Luís Bulcão Pinheiro
Direto do Rio de Janeiro

Os vizinhos de Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, que matou pelo menos 11 crianças a tiros após invadir uma sala de aula da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, estão chocados. Acostumados com o jeito quieto e cabisbaixo do atirador, eles parecem não acreditar na brutalidade cometida por ele contra crianças e adolescentes.

A chacina foi na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro
A chacina foi na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro
Foto: EFE

Veja localização de escola invadida por atirador

"Ele nunca foi violento, não fazia arruaça, não atirava pedras e não brigava na rua. Era simplesmente quieto e a gente respeitava o jeito dele de ser. O Wellington passava a maior parte do tempo no quarto, em frente ao computador. Estou chocada", disse Edna de Lira Ferreira, 55 anos, dona de casa e vizinha do atirador.

Segundo ela, Wellington e a família que o criou eram fieis da igreja Testemunhas de Jeová. Ele tinha cinco irmãos, filhos biológicos dos seus pais adotivos, e trabalhava em uma empresa de alimentos. Quando sua mãe biológica morreu, há cerca de um ano, ele teria pedido demissão da empresa. Além disso, o atirador tinha um cachorro e um gato.

"A gente passava na rua e ele baixava a cabeça, não cumprimentava. Apesar de ser antissocial, ele nunca demonstrou violência", afirmou Elma Pedrosa, 50 anos, babá. Os vizinhos também disseram que Wellington não teria servido ao Exército e nem à Polícia Militar, estranhando a habilidade dele com armas.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. Segundo a polícia, o atirador portava duas armas e utilizava pelo menos 10 dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington atirou em duas pessoas ainda fora da escola e entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

Fonte: Especial para Terra
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