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Polícia

vc repórter: PM ferido em ato contra mascote da Copa recebe ajuda para exame nos EUA

6 fev 2013 - 17h17
(atualizado às 18h20)
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<p>Em cerca de quatro meses, Eriston perdeu o controle dos movimentos do corpo e da fala</p>
Em cerca de quatro meses, Eriston perdeu o controle dos movimentos do corpo e da fala
Foto: Facebook / Reprodução

Uma campanha mobilizou milhares de internautas, nos últimos dias, para ajudar um brasileiro vítima de uma rara doença autoimune a realizar um exame de R$ 4 mil nos Estados Unidos.

No último dia 30 de janeiro, uma amiga do soldado Eriston Mateus de Moura Santos, do 9º Batalhão da Brigada Militar de Porto Alegre, postou em sua página no Facebook um apelo por doações à família do jovem. Em uma semana, foram quase 4 mil compartilhamentos, o que garantiu a ajuda necessária para confirmar o diagnóstico do paciente.

Eriston levava uma vida normal até outubro de 2012. Em cerca de quatro meses, o jovem perdeu peso, o controle dos movimentos e da fala, e apresentou sintomas como febre contínua, sudorese e taquicardia.

No dia 4 de outubro, Eriston esteve envolvido no conflito entre policiais e manifestantes que atacaram o mascote inflável da Copa do Mundo 2014, no centro de Porto Alegre. Durante o confronto, o policial foi atingido com um paralelepípedo na cabeça que chegou a quebrar o capacete que usava.

Segundo o Major Córdova, comandante do 9º Batalhão da BM, Eriston foi encaminhado ao Pronto Socorro de Porto Alegre, e levou oito pontos na cabeça em razão do traumatismo. O soldado foi medicado e liberado na mesma noite para voltar para casa, em Cachoeira do Sul.

Em nota, a Brigada Militar afirma ainda que o soldado começou a apresentar sintomas psiquiátricos 45 dias após o ocorrido. “O PM foi encaminhado à Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital para acompanhamento e avaliações. Exames de imagem não detectaram alterações orgânicas e ele foi encaminhado a serviço de excelência em neurologia e infectologia no Hospital Ernesto Dornelles, na capital”.

Médicos descartam relação com incidente

Inicialmente, cogitou-se que o quadro pudesse estar relacionado à pancada sofrida durante o confronto com manifestantes, hipótese descartada pelo neurologista Ricardo Fantin, que faz parte da equipe que atende o caso, e por médicos da Brigada Militar.

Para Fantin, o quadro de Eriston não tem qualquer relação com o episódio envolvendo a confusão por causa do mascote da Copa. “A suspeita é de que se trate de uma doença autoimune chamada encefalite NMDA. A doença é considerada bastante rara, e o exame, feito nos Estados Unidos, pode comprovar o diagnóstico”, afirma.  A Brigada Militar, que mantém um médico acompanhando o caso diariamente, tem a mesma opinião do neurologista.

Segundo Fantin, o paciente já havia manifestado alguns sintomas da doença em 2011, e coincidentemente se agravou após a contusão sofrida por ele. “O traumatismo leve sofrido anteriormente não provocou nem agravou o quadro”, garante o médico. A doença é causada a partir da produção de anticorpos pelo sistema autoimune do paciente, e acarreta danos ao seu próprio sistema nervoso central.

A Brigada Militar afirmou que todo o tratamento tem sido feito sem custos para a família do paciente. O exame que Eriston precisa agora, no entanto, não é coberto por nenhum plano de saúde ou pelo governo. Sem condições de arcar com as despesas, a família iniciou uma campanha para arrecadar os R$ 4 mil necessários para o exame.

Nesta quarta-feira, a assessoria de imprensa do comandante da Brigada Militar afirmou que a família conseguiu arrecadar todo o dinheiro, e que o material necessário será colhido e enviado para os Estados Unidos.

O internauta Sanderson, de Porto Alegre (RS), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

vc repórter
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