Turistas reclamam de falta de segurança em Florianópolis
Turistas curtem feriado prolongado mas reclamam de falta de segurança em Florianópolis
- Fabrício Escandiuzzi
- Direto de Florianópolis
Boa parte dos turistas que visitam Florianópolis neste feriado prolongado disseram estar "receosos" com a série de ataques que vêm ocorrendo na cidade desde a última segunda-feira.
Nesta sexta-feira, banhistas aproveitaram o dia nas praias da capital, apesar do clima de tensão e do tempo instável. Na região norte de Florianópolis, ponto com o maior número de ataques nos últimos dias, muitos visitantes curtiram o balneário de Canasvieiras com tranquilidade, mas não esconderam preocupação. A onda de violência, segundo eles, vem comprometendo o descanso dos turistas.
"Ficamos mais receosos, vimos o noticiário com coisas horríveis acontecendo aqui perto. Lógico que tenho medo. Poderia sair de noite para jantar ou algo assim, mas estamos evitando", disse Jeniffer Lima, moradora de Porto Alegre que está hospedada em um hotel diante de uma base da Polícia Militar. "A polícia é o alvo, pelo que entendi, mas a partir do momento que estamos diante de um posto, a situação é perigosa para nós."
O ambulante Josué Silva Garcia, 64 anos, saiu de São Paulo na terça-feira para vender chapéus na praia de Canasvieiras durante o feriado prolongado. Ele destacou que o movimento está bom, mas reclamou da falta de segurança nas praias. "Em São Paulo é muito pior. Lá morrem dez por dia, então isso não me assusta muito", afirmou. "Mas acho que falta policiamento nas ruas e nas praias. Não precisavam esperar acontecer algo com visitantes para fazerem alguma coisa. Uma cidade tão pequena com tanta violência não é normal".
Para o vendedor, o problema da segurança pode mudar seus planos. "Pensava em vir em dezembro para trabalhar na praia, mas acho que vou mudar o destino", afirmou. "Se isso continuar, as pessoas vão procurar outros lugares nas férias."
Violência em SC
Desde 12 novembro, o Estado registra uma série de atentados contra ônibus e bases da polícia. Enquanto os coletivos foram alvos somente de incêndio, algumas bases policiais também foram alvejadas. Uma funcionária de empresa de administração prisional recebeu uma mensagem no celular avisando sobre os ataques, que seriam uma represália a supostos maus tratos ocorridos dentro da penitenciária de São Pedro de Alcântara. O secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, César Augusto Grubba, afirmou que os atentados em Florianópolis podem ser imitação dos ocorridos em São Paulo, onde mais de 90 policiais foram mortos desde o início do ano.