Temendo violência, Fortaleza reforma delegacias e pede ajuda do Exército

Com 4,5 vezes menos habitantes do que São Paulo, a maior cidade do País, mas 54 assassinatos a mais registrados no primeiro mês de 2013, a capital do Ceará reformou suas delegacias de polícia e pediu reforço das Forças Armadas para barrar a insegurança durante a Copa das Confederações. Sede de três partidas - Brasil e México (19 de junho), Espanha e Nigéria (23 de junho) e uma semifinal (27 de junho) na Arena Castelão -, Fortaleza será vigiada por oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica treinados em Brasília, além de 3 mil veículos blindados, helicópteros e policiais locais.

Com só 1 jogo, DF aposta em blindados e vants para dar exemplo de segurança

Notícias relacionadas

De Neymar a Balotelli, veja todos os convocados das Confederações

Força Nacional vai atuar na Copa das Confederações e na visita do Papa

Anac fará maior operação em aeroportos do País durante Confederações

Arena Castelão: veja evolução das obras para a Copa de 2014

Neste sábado, o Terra mostra a segunda reportagem da série sobre como as seis capitais estão se preparando para receber os jogos com segurança. Ontem, foi a vez de Brasília; amanhã, será a de Recife (PE); na segunda-feira, Salvador (BA); na terça, Belo Horizonte (MG), e na quarta do Rio de Janeiro, cidade que receberá a final no Estádio do Maracanã.

Em Fortaleza, os militares farão a vigilância de áreas de importância estratégica na Copa das Confederações, como estações de energia elétrica e tratamento de água, reservatórios de água e combustível, portos e sistemas de telecomunicações, e do espaço aéreo. Eles também estarão prontos para ajudar as polícias Civil e Militar, se for necessário.

Mesmo com o temor da violência, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará garante que durante o torneio a integridade física de todos os presentes estará garantida. Segundo a assessoria de comunicação do governo, relatórios de riscos já foram formulados para evitar transtornos. O policiamento preventivo e repressivo estará reforçado na capital e região metropolitana, que serão monitoradas por 186 câmeras.

Kit antibombas

O governo federal destinou ainda para os profissionais da segurança pública cearenses um mapeador aéreo, três plataformas de observação para monitoramento das ruas, dois desencarceradores (para tirar vítimas de acidente de ferragens), dois centros de comando e controle móveis, kit antibombas, kit armamento menos letal (sprays de pimenta, bombas de efeito moral e munições de borracha), uma unidade de delegacia móvel, três almofadas pneumáticas (equipamento para resgate e salvamento) e um Centro Integrado de Comando e Controle Regional, incluindo uma sala cofre (ambiente totalmente blindado).

Violência sexual infantil

Outro problema que preocupa as autoridades do Ceará é a procura por sexo infantil e os abusos cometidos contra crianças e adolescentes, principalmente porque Fortaleza é uma cidade litorânea. Por isso, a prefeitura da cidade convocou 22 municípios para intensificar o Programa Federal de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infantojuvenil.

"Queremos somar esforços para esse combate, principalmente nos eventos mundiais como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo", salientou a primeira-dama da capital, Carol Bezerra. Nas imediações da Arena Castelão, os veículos terão de enfrentar pontos de bloqueios e triagem. Apenas quem estiver credenciado com a Fifa ou a prefeitura poderá avançar próximo ao estádio. 

Batedores treinados

De acordo com a Academia Estadual de Segurança Pública, 25 PMs foram treinados para atuarem como batedores e escolta de autoridades e delegações. Entre aulas teóricas e práticas, eles aprendem como formar uma escolta, a função de cada integrante dentro dela e as ações a serem tomadas durante os percursos.

Os policiais vão acompanhar as delegações brasileiras, mexicanas, espanholas e nigerianas, além das equipes que chegarem à semifinal. Eles se integram a outros 75 PMs para a Copa do Mundo, no ano que vem.