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Polícia

Suspeito de estupro não pode ser excomungado, diz arcebispo

6 mar 2009 - 15h27
(atualizado às 16h21)
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O arcebispo de Recife e Olinda, d. José Cardoso Sobrinho, afirmou que o homem suspeito de estuprar e engravidar sua enteada de 9 anos, em Alagoinha (PE), não pode ser excomungado. O arcebispo anunciou, na última quarta-feira, a excomunhão de todos os responsáveis pelo aborto dos gêmeos que a menina esperava. Para ele, o aborto é mais grave do que o estupro. As informações são do Jornal Hoje.

"Ele cometeu um crime enorme, mas nao está incluído na excomunhão", afirmou d. José Cardoso. "Agora, mais grave do que isso, sabe o que é? O aborto", completou.

A menina de 9 anos estava internada no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), no bairro da Encruzilhada, no Recife, desde a última terça-feira. Ela recebeu alta nesta manhã. Segundo o Jornal Hoje, a equipe médica recebeu mais de 500 e-mails de apoio.

Risco de vida

Para o ginecologista e obstetra, Sérgio Cabral, a menina corria risco de vida caso a gestação prosseguisse. "Havia uma série de possibilidades. A garota poderia desenvolver eclâmpsia (hipertensão e a presença de proteína na urina), pré-eclâmpsia, entrar em trabalho de parto prematuramente e até haver uma ruptura uterina. "Uma gravidez gemelar numa mulher já se configura como de 'alto-risco', imagine em uma criança", afirmou.

O ginecologista não quis comentar as declarações da Igreja, mas disse que em vinte anos de profissão nunca presenciou um caso de uma gravidez em alguém tão jovem. Ainda segundo ele, deve haver casos semelhantes na literatura médica, mas eram raríssimos e difíceis de prever as conseqüências.

Confissão

O padrasto da menina, José Amâncio, um desempregado de 23 anos, foi preso e encaminhado no dia 27 de fevereiro ao Presídio Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no agreste de Pernambuco. De acordo com a polícia, ele vivia com a mãe da criança desde 2005. Segundo a polícia, durante depoimento, o homem, suspeito de ter estuprado também a irmã de 14 anos da garota, confessou ao delegado Antônio Dutra ter abusado da menina mais velha e alegou ter sido seduzido pela garota e também confessou ter abusado da mais nova, mas negou ter feito estuprado a menina. De acordo com o Código Penal brasileiro, o padrasto poderá pegar mais de 15 anos de prisão em regime fechado.

A menina de 9 anos, a irmã e a mãe seguiram para uma casa abrigo no Recife. O endereço não foi revelado para preservar a privacidade das vítimas.

Fonte: Terra
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