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Polícia

Substituto de juíza diz que não dará trégua a policiais criminosos

16 ago 2011 - 19h16
(atualizado às 19h28)
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O juiz Fábio Uchôa, designado para a 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, no lugar da juíza Patrícia Acioli - executada com 21 tiros na última quinta-feira, quando chegava em casa, em Niterói - afirmou nesta terça que não dará trégua a policiais envolvidos em crimes. "Todo o servidor público que se aproveita de sua função para praticar um crime deve ser punido com mais rigor, sem dúvida nenhuma".

Jurista explica falta de proteção para juíza assassinada:

Uchôa assumiu hoje o comando de uma força-tarefa formada por três juízes e sete promotores da Justiça encarregados de atuar nos casos que estavam sendo julgados por Patrícia. Ele disse desconhecer, até o momento, a causa da morte da colega. "Não sei exatamente a motivação do crime, mas os juízes normalmente são rigorosos."

Entre as principais linhas de investigação do assassinato, está a de que a juíza se indispôs com o crime organizado em São Gonçalo, por contrariar seus interesses. Há a suspeita de envolvimento de policiais com essas grupos - alguns dos quais especializados em execuções.

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Agência Brasil Agência Brasil
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