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Polícia

SP: vizinhos dizem desconhecer ato em defesa de suspeito de chacina

16 ago 2013 - 19h08
(atualizado às 23h02)
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<p>Muros foram pichados alegando a inocência do adolescente</p>
Muros foram pichados alegando a inocência do adolescente
Foto: Daniel Fernandes / Terra

Apesar das mais de 20 mil curtidas na página no Facebook chamada 'Não foi o Marcelo Buono Pesseghini', os vizinhos mais próximos ao número 42 da rua Dom Sebastião e demais moradores das ruas da Brasilândia, em São Paulo, onde ocorreu a morte de cinco membros da mesma família, dizem desconhecer a manifestação agendada pela página para esta sexta-feira, em frente ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no centro da capital paulista.

"Não ouvi nada sobre isso (protesto), não", disse a aposentada Anete Pereira, que mora a duas casas da residência onde ocorreu a chacina. "Aqui é sempre assim (pacato). As pessoas até se falam, mas é só 'bom dia', 'boa tarde', não mais que isso", disse a estudante Ana Paula dos Santos, 22 anos. "Não vi nada por aqui e nem no Facebook mesmo."

Apesar de os diversos moradores do bairro ouvidos pelo Terra afirmarem desconhecer o ato pela inocência do adolescente, todas essas pessoas têm a mesma opinião, expressa também em pichações em muros na região: "Não foi o Marcelinho", como era carinhosamente chamado o menino no bairro.

"Era um menino muito quieto, na dele. (...) Não via ele na rua, era mais  brincando com a avó, no quintal", afirmou a comerciante Jose Félix, que tem uma pequena loja de bijuterias e acessórios ao lado da casa onde morava a família assassinada. O espaço onde funciona a loja pertencia a Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, mãe da cabo da PM Andréia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, e avó de Marcelo.

"É difícil de acreditar mesmo. Era um menino tranquilo, calmo. Eu não acredito (que ele seja culpado)", disse Rose Teixeira, que também mora na rua Dom Sebastião. 

Manifestantes não comparecem a protesto

Além do desconhecimento dos vizinhos da família, nenhum manifestante compareceu ao protesto agendado para esta sexta-feira em frente ao DHPP. 

Na página onde o ato foi organizado, diversas pessoas reclamavam do não comparecimento de manifestantes, o que inviabilizou o protesto. "Fui à toa, saí de Diadema, cheguei lá e só tinha jornalista. Nunca mais eu perco meu tempo assim", disse um dos participantes do evento.

Chacina de família desafia polícia em São Paulo
Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas na noite de segunda-feira, dia 5 de agosto, dentro da casa onde moravam, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos. O filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, também foi encontrado morto, assim como a mãe de Andreia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e a irmã de Benedita, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos.

A investigação descartou que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar: o garoto teria atirado nos pais, na avó e na tia-avó e cometido suicídio.

A teoria foi reforçada pelas imagens das câmeras de segurança da escola onde Marcelo estudava: o adolescente teria matado a família entre a noite de domingo e as primeiras horas de segunda-feira, ido até a escola com o carro da mãe, passado a noite no veículo, assistido à aula na manhã de segunda e se matado ao retornar para casa.

Os vídeos gravados pelas câmeras mostraram o carro de Andreia sendo estacionado em frente ao colégio por volta da 1h15 da madrugada de segunda-feira. Porém, a pessoa que estava dentro do veículo só desembarcou às 6h30 da manhã. O indivíduo usava uma mochila e tinha altura compatível à do menino: ele saiu do carro e caminhou em direção à escola.

Fonte: Terra
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