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Polícia

SP: psiquiatra diz que depoimento de filho de pagodeiro foi coerente

11 set 2013 - 14h46
(atualizado às 14h46)
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Disfarçado, o pagodeiro alegou inocência em uma entrevista em 2010
Foto: André Lessa / Agência Estado

A psiquiatra Eliana Curatolo prestou depoimento na manhã desta quarta-feira, no Fórum de Guarulhos, em Guarulhos (SP), como testemunha no julgamento do pagodeiro Evandro Gomes Correia Filho, 40 anos - acusado de matar a ex-mulher, Andréa Cristina Bezerra Nóbrega, 31 anos, e de tentar matar o próprio filho, Lucas Macedo Nóbrega Correia, 10 anos. Eliana afirmou que o garoto, que havia falado ao júri momentos antes, foi bastante coerente em seu depoimento, deixando claro que o pagodeiro foi o responsável pela morte da ex-mulher e pela tentativa de homicídio do filho, em novembro de 2008.

"Ele se expressou muito bem. O que ele disse é compatível com os desenhos", disse Eliana Curatolo, ao lembrar os desenhos feitos por Lucas logo após o ocorrido, que mostram Evandro com uma faca na mão ameaçando Andreia. "Temos que analisar o contexto, se tem um discurso coerente. Não tem o que discutir se é verdade ou não", completou. Lucas prestou depoimento em audiência fechada ao público e à imprensa.

Evandro é acusado pela morte da ex-mulher Andreia e pela tentativa de homicídio do próprio filho, Lucas, que tinha 6 anos à época. O crime ocorreu em 18 de novembro de 2008. Andreia morreu após cair da janela do terceiro andar do prédio onde morava, em Guarulhos, enquanto o menino foi internado com uma fratura no maxilar, após cair sobre a marquise da edificação.

O promotor Rodrigo Merli também acredita que o depoimento de Lucas, testemunha mais importante e também vítima no caso, tenha ajudado a acusação. "O depoimento do Lucas foi firme, preciso e não gaguejou. Ele convenceu quem ele tinha que convencer", afirmou o representante do MP.

Segundo Merli, Lucas disse que chegou da escola com a mãe, mas que o pai ainda não estava no apartamento. Evandro só teria chegado quando o filho estava tomando banho. Lucas disse ainda que o pai estava diferente, com olhos vermelhos, e que, ao sair do banho, foi pego pelos braços e jogado no sofá.

Em seguida, em depoimento, Lucas disse que o pai pegou uma faca e disse que explodiria tudo, após ter cortado o cano do gás. Depois disso, a mãe pegou Lucas no colo, foi para janela, e soltou o garoto antes de se jogar e morrer. "A defesa quer demonstrar que o extraordinário teria acontecido em todos os momentos, mas até pela lógica humana dá para saber o que aconteceu naquele apartamento", disse Merli.

Porém, o advogado de defesa de Evandro, Ademar Gomes, afirmou estar tranquilo com os dois depoimentos da manhã. Para ele, nada atrapalhou a tese que absolve Evandro dos crimes. "Estamos conscientes e com a certeza da absolvição. Foi ouvido o menor, ele confirmou algumas coisas importantes para a defesa e não trouxe nenhum fato que pudesse ajudar a acusação", disse. "Trouxeram uma psiquiatra que ficou muito insegura quando foi questionada pela defesa. Ela disse que criança não mente e nem fantasia, portanto, estamos tranquilos", completou.

Em relação à outra linha que a defesa irá alegar, a de que Andreia possuía um perfil suicida e por isso teria se jogado da janela do apartamento com o filho no colo, a psiquiatra Curatolo disse, em depoimento, que não acredita nessa tese. Ela analisou alguns recados deixados no verso de fotos em que Andreia aparece e afirmou não ter percebido nenhum sintoma depressivo, e que a ex-mulher de Evandro tinha um perfil vaidoso e saudável.

Fonte: Terra
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