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Polícia

Polícia nega morte em chacina de testemunha que filmou PMs

5 jan 2013 - 18h27
(atualizado às 19h36)
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Depois de anunciar pela manhã que o autor das imagens que mostram policiais militares agredindo e disparando contra o servente Paulo Batista do Nascimento - em novembro de 2012 - teria sido morto em uma chacina na noite de ontem na zona sul de São Paulo, a Polícia Civil recuou e informou na tarde deste sábado que, entre os mortos, não há ninguém que tenha participado efetivamente das filmagens. De acordo com o delegado-geral Luiz Maurício Blazeck, há indícios que, entre os sete assassinados, um deles costumava dizer pelo bairro que teria feito as imagens, o que não foi confirmado.

Segundo o delegado-geral Luiz Maurício Blazeck, o autor das imagens que denunciavam PMs não foi morto na chacina da noite de ontem
Segundo o delegado-geral Luiz Maurício Blazeck, o autor das imagens que denunciavam PMs não foi morto na chacina da noite de ontem
Foto: Vagner Magalhães / Terra

"No levantamento do local, dos vestígios, comentava-se na localidade, por moradores de lá, que poderia, uma das vítimas, estar relacionada à pessoa que fez as imagens no caso anterior. Agora, as investigações avançaram nesse sentido. Na oitiva de pessoas ligadas às vítimas está afastada essa hipótese. Nenhuma delas estaria relacionada diretamente com essa situação ventilada. A única (hipótese) que existe é de que o local, o bar, é exatamente defronte ao local das filmagens anteriores", disse.

Na hipótese levantada pelos moradores e divulgada inicialmente pela polícia, entre as vítimas estaria a testemunha da morte do servente, que teria sido assassinado - já rendido - por policiais militares após uma perseguição, no último dia 10 de novembro, na mesma rua da chacina. A testemunha teria participado da filmagem que mostra o servente sendo agredido por policiais. Em seguida, é ouvido um disparo e a saída do carro de polícia que atendia a ocorrência. Os policiais envolvidos no caso alegaram que o corpo da vítima teria sido encontrado em uma viela.

De acordo com o delegado, o alvo da chacina poderia ser o DJ Laércio de Souza Grimas, 33 anos, que foi morto com 15 tiros, nove deles pelas costas. "Ele era uma pessoa que tinha notoriedade e poderia alegar que ele seria um dos responsáveis por aquilo. E de fato não é", disse ele.

Segundo Blazeck, a investigação está avançando a partir dos vestígios e das vítimas. "Nenhuma situação está sendo desprezada. Por enquanto, não há suspeita de ligação entre um crime e outro. Mas pode ser que haja ou não. Se houver, com certeza nada será desprezado, tudo será esclarecido e vocês terão conhecimento da forma mais transparente", disse ele.

De acordo com informações da polícia, quatro veículos foram utilizados no crime, que foi cometido por cerca de 14 pessoas. Mais de 50 tiros teriam sido efetuados. Entre os feridos, uma vítima continua internada em estado grave e outra, atingida na perna, recebeu alta. Os  mortos são Carlos Alexandre Claudino da Silva, 27 anos, Bruno Cássio Cassiano de Souza, 17 anos, Laércio de Souza Grimas, 33 anos, João Batista Pereira de Almeida, 34 anos, Edmílson Lima Pereira Santos, 27 anos, e Ricardo Genuíno da Silva, 39 anos, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública.  

Na tarde deste sábado, a cúpula da segurança pública do Estado de São Paulo se reuniu, na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), para discutir as primeiras ações na busca pelo grupo que atuou na chacina.

Fonte: Terra
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