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Polícia

SP: PMs chamam pacote de Alckmin de 'saco de maldades' e ameaçam greve

15 out 2013 - 12h24
(atualizado às 12h43)
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Homem vestido de Batman "prende" outro com máscara do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
Homem vestido de Batman "prende" outro com máscara do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
Foto: Bruno Santos / Terra

Cerca de 150 manifestantes, principalmente policiais militares, reuniram-se em uma manifestação na manhã desta terça-feira, em frente ao Palácio dos Bandeirantes, zona sul de São Paulo. O protesto foi realizado mesmo após um anúncio de reajuste a PMs feito na segunda-feira pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A manifestação, liderada pelo deputado estadual Major Olímpio Gomes (PDT), reivindicou melhores salários e condições de trabalho à categoria e chamou o pacote anunciado por Alckmin de "saco de maldades".

Alckmin definiu mudanças no plano de carreira aos PMs, acelerando as promoções, e a ampliação de benefícios - que, somados ao já anunciado aumento salarial de 7%, gerariam um reajuste de até 24% para a categoria. As medidas, entretanto, dependem de aprovação da Assembleia Legislativa de São Paulo. Apesar do anúncio, as medidas não deixaram a categoria satisfeita.

Os manifestantes se reuniram na praça Vinicius de Moraes, na avenida Giovani Gronchi, por volta das 10h e se dirigiram para a avenida Morumbi, onde se instalaram em frente a um dos portões do Palácio dos Bandeirantes. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo precisou interromper o trânsito no local.

"O que foi anunciado como um pacote de benefício, nós estamos chamando de um saco de maldades. O pleito das entidades representativas de policiais era exatamente 15% esse ano e 10% ano que vem. O governo, para não sinalizar com nada esse ano em relação a salários, fez esse anúncio, que ainda não é um projeto, dando certa fluidez nas carreiras", afirmou o deputado Major Olímpio.

Os policiais disseram que não são contra a fluidez de carreira dentro da PM, mas reclamam de o governo de São Paulo ter ignorado os pedidos da classe. "As entidades mostraram total desconforto. O governo pediu 14 dias para dar uma resposta em relação à política salarial. O governo faz esse remendo de contemplação falando em política de carreira. Ninguém é contrário a isso, mas desconsiderar completamente o inativo, estamos lembrando que temos 94 mil inativos. Dois terços da população não serão contemplados com nada nesse momento", disse Olímpio.

O deputado afirmou que há chance de greve da categoria. Segundo Olímpio, se os pedidos da classe não forem atendidos, é possível que haja uma paralisação.

"Não estamos fazendo nenhuma ameaça. Isso não é do comportamento da Polícia Militar. Queremos que tratem com dignidade. A situação é de fome, de dor, é extremamente critica. Queremos salários dignos", disse. "Quando se fala em 7%, você faz o cálculo, implica no salário real de 1,38%. É esse o sentimento de indignação. É só perguntar para qualquer soldado de polícia, em qualquer atividade. Fomos enganados. É a marcha dos enganados. Esse é o sentimento que está no coração do policial. Se o governo não tomar uma atitude minimamente descente, nos podemos ter um recrudescimento das nações e reviver em São Paulo o que se passou há 51 anos."

Alckmin anuncia reajuste a PMs

Na noite de segunda-feira, entre as medidas anunciadas, o governador autorizou ainda que o policial seja empregado em atividade de policiamento ostensivo em seu período de folga mediante pagamento de diária. Com essa medida, que representa mais uma fonte de receita para os policiais que voluntariamente aderirem, será possível aumentar a capacidade de policiamento com aproximadamente mais cinco mil homens nas ruas.

Para o auxílio alimentação, no valor de R$ 176, o governador anunciou o aumento no teto salarial para os PMs que recebem o benefício. Atualmente, o limite é de até 141 UFESP (R$ 2.731,17), que será ampliado para 151 UFESP (R$ 2.924,87). A medida beneficia 15,9 mil soldados que deixariam de receber o auxílio após o reajuste de 7%, mas manterão o benefício. "Dessa forma, ninguém perde o benefício que tinha", afirmou Alckmin.

O novo plano de carreira, segundo o governo, acelera a possibilidade de promoção e melhora a mobilidade dos policiais. O governador autorizou a promoção de 21.617 soldados PM 1ª classe para cabo PM. Outros 5.665 policiais militares, como sargentos e tenentes, também serão promovidos. "Toda a corporação é favorecida, uma vez que aumenta a rotatividade e, portanto, diminui o tempo de espera para promoção", diz o governo em nota.

Além disso, Alckmin autorizou que soldados PM 1ª classe com cinco anos de atividade possam concorrer, via concurso, a uma vaga de 3° sargento PM (antes, eles só poderiam ser promovidos a cabo). As medidas passarão a valer em abril para os praças e em maio para os oficiais. O custo será de R$ 189 milhões em 2014 e 2015.

O anúncio inclui também o benefício da promoção ao posto imediato aos aposentados que não haviam sido beneficiados em 2011. São 1.411 servidores com impacto anual de R$ 42,8 milhões.

Única medida que não depende de aprovação da Assembleia, o valor real da diária alimentação passaria de R$ 20 para aproximadamente R$ 40, e os policiais passam receber esse benefício por até 15 dias (o teto atual é 12). Na prática, toda a corporação terá um ganho de R$ 341,10.

Fonte: Terra
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