SP: PM reforça patrulha em Osasco após incêndio a ônibus
A Polícia Militar em Osasco, na Grande São Paulo, reforçou o policiamento em toda a cidade nesta terça-feira, após o ataque incendiário que atingiu 34 ônibus, durante a madrugada, no pátio da Viação Urubupungá.
O incêndio ocorreu por volta da 1h, segundo testemunhas, quando cinco homens armados renderam quatro funcionários da concessionária. Dois dos suspeitos atearam fogo nos veículos, com gasolina. O prejuízo estimado é de R$ 10 milhões.
De acordo com o comandante do policiamento de área, coronel Dimitrios Fiscatoris, todo o efetivo de 3 mil PMs foi disponibilizado para reforço do patrulhamento em toda a cidade – principalmente no Jardim Baronesa, onde um homem foi assassinado em frente a um bar, na segunda-feira, atingido por disparos feitos de um carro.
A Polícia Civil investiga se o ataque à garagem foi uma represália ao assassinato. As apurações estão sob a responsabilidade da Delegacia Seccional de Osasco, onde já estão imagens de câmeras de segurança de ônibus não destruídas pelo fogo. "A PM está fazendo um trabalho de reforço do policiamento a partir da notícia desse homicídio. Agimos em força-tarefa com a Polícia Civil", disse o coronel.
População enfrenta dificuldade para se deslocar
Pelo menos 20 mil pessoas tiveram dificuldades para se deslocar na manhã de hoje após os ataques. A estimativa foi feita pela própria empresa. A operação deve ser normalizada somente amanhã. Ao todo, 179 ônibus da empresa circulam na cidade. Diariamente, 140 mil passageiros são transportados pela empresa na Grande São Paulo.
O maquiador Glauber Alves Pereira, 25 anos, foi uma das pessoas a lotar as paradas de ônibus da avenida Getúlio Vargas, nas proximidades da garagem atacada, durante a manhã. "Estou desde as 7h30 no ponto. Fui esperar mais lá em cima, mas os ônibus estavam lotados. Mudei de parada porque aqui tem mais opção, mas já são 9h e não consigo sair daqui", relatou. A maior parte das reclamações eram de moradores que queriam se deslocar ao centro de Osasco. "Já estou aqui há mais de uma hora. Normalmente, não demora cinco minutos para pegar um ônibus", apontou a auxiliar administrativo Gilvânia Fernandes, 25 anos.
Parte dos ônibus incendiados foram repostos com os veículos reservas, com deficit de 26 coletivos. "Montamos uma força tarefa, com veículos emprestados de empresas parceiras, iremos colocar quase essa totalidade na rua", destacou o gerente-geral da Urubupungá. Ele informou que a empresa pediu também autorização para a prefeitura para que sejam trazidos ônibus de outros municípios. "Mas tem uma série de mudanças que são necessárias para isso, como o sistema de arrecadação. Temos que trocar o validador", explicou.
Miguel Albuquerque informou que a empresa está apurando a informação de que um funcionário inalou fumaça durante o ataque. "Estão todos muito abalados. Eles foram dispensados e serão acompanhados por psicólogos e pela equipe de assistentes social", apontou.
O gerente destacou que, desde 2006, entre as empresas do grupo NSO, além da Urubupungá, pela Cidade Caieiras, Santa Brígida e Urubupungá Turismo, foram mais de 100 veículos incendiados.
Os ataques
Os ônibus foram incendiados por um grupo de seis a oito homens, segundo a empresa, que rendeu quatro funcionários, sendo dois seguranças e dois manobristas, que estavam na garagem. No pátio estavam 44 veículos, mas dez deles foram retirados pelos funcionários e não tiveram danos. Testemunhas relataram à polícia que um dos funcionários foi obrigado a ficar dentro do veículo enquanto o combustível era jogado. Somente após atear fogo é que ele foi liberado, mas saiu ferido no braço.
Além dos carros incendiados na garagem, um dos veículos foi atacado na rua João Ventura dos Santos, mas ficou parcialmente danificado. Com isso, o total de ônibus retirados de circulação chegou a 35. O caso foi registrado no 10º Distrito Policial.
