SP: MPT flagra trabalho escravo em fornecedora das Lojas Americanas
Cinco bolivianos foram encontrados em condições de trabalho escravo em uma oficina de costura da marca que fornecia roupas às Lojas Americanas, em Americana (SP), a 130 quilômetros da capital paulista. As vítimas trabalhavam sem registro e cumpriam jornadas de até 12 horas diárias. A oficina clandestina era da empresa HippyChick Moda Infantil, que aparece com o nome "Basic+Kids" na etiqueta das roupas.
Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MPT) e procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas interditaram a oficina por problemas de higiene e falta de segurança. O dono do local mantinha familiares trabalhando no barracão improvisado.
As peças que eles produziam eram vendidas, cada uma, por R$ 2,80 à HippyChick, que repassava as roupas às Lojas Americanas. A suspeita de trabalho escravo foi denunciada ao MPT pela Polícia Federal (PF) após uma vistoria que verificou os vistos dos bolivianos.
A HippyChick firmou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPT e aceitou pagar R4 5 mil para cada um dos cinco trabalhadores por multa e indenização, além das verbas salariais (proporcional de 13º salário, férias etc) e do FGTS. Os bolivianos tiveram suas carteiras de trabalho emitidas.
O Ministério do Trabalho e o MPT investigam o envolvimento das Lojas Americanas no caso. Os responsáveis podem ser condenados a uma pena de dois a oito anos de prisão, caso sejam acusados por crime de redução de trabalhadores a condições análogas às de escravo.
As Lojas Americanas divulgaram uma nota afirmando que rejeita o trabalho escravo e que encerrou a parceria comercial com a empresa HippyChick. "A Lojas Americanas repudia qualquer tipo de trabalho realizado em condições degradantes, assim como desconhecia o que foi verificado pelo Ministério Público do Trabalho. A Lojas Americanas informa ainda que cancelou as atuais relações comerciais com o fornecedor Hippychick."