SP: familiares e amigos mostram crachás de jovens mortos em chacina
17 nov2012 - 14h58
(atualizado às 17h54)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo
Doze horas depois da chacina que matou cinco jovens na noite de sexta-feira em Cidade Ademar, São Paulo, uma jovem chora enquanto segura na ponta dos dedos um cigarro. Deixa a cerveja no chão e é amparada pelo namorado enquanto os ombros sacodem. Com a gravidez aparente, repete que não quer falar com ninguém. "Só quero meu irmão de volta." Ninguém diz o próprio nome na rua Sebastião Afonso, que ainda tinha marcas de sangue seco às 12h deste sábado. Quem estava na rua diz somente que todos que morreram ou foram feridos eram trabalhadores.
Para provar mostram os crachás de dois deles. Vestido com a camisa tricolor do São Paulo Futebol Clube, Willian Adolfo de Carvalho, 26 anos, tem sua foto 3 x 4 em uma identificação da empresa de emprego temporário. Um documento igual ao de Alan Rodrigues da Costa, 22 anos. Os dois trabalhavam em um supermercado e bebiam cerveja durante a folga quando dois homens encapuzados chegaram em duas motos atirando. Dois teriam escapado porque foram buscar mais bebida momentos antes do crime. "Garanto que não tinha um que não trabalhasse", diz uma jovem vizinha do local das execuções.
A supervisora dos dois também não quer se identificar, mas confirma que ambos tinham ocupação na empresa. "Não tenho o que reclamar deles", disse. Mas não fala nada além disso, não quer expor a si nem à empresa. Um muro na altura do número 148 tem a marca dos tiros - que foram muitos, de acordo com a opinião de todos que aceitaram falar. Uma senhora aproveita o caminhão de coleta e sai para tirar seu lixo. Diz que estava dormindo no momento da chacina. A filha a puxa de volta para dentro de casa com uma expressão de severidade.
As testemunhas afirmam que os tiros foram muitos. Mas os estampidos eram em sequência, não uma rajada. O que indica que as armas seriam pistolas semiautomáticas, não metralhadoras. Um vidraceiro de 32 anos, parente de Alan, afirma que uma viatura teria passado minutos antes dizendo para todos se recolherem. Ninguém deu atenção. Pouco depois, chegou a dupla de assassinos. "Cada um tinha pelo menos duas pistolas na mão. Era gente que sabia matar, todos os tiros foram na cara e no pescoço", disse.
A informação não consta no Boletim de Ocorrência (BO), registrado no 26° Distrito Policial (Sacomã) e divulgado pela Secretaria de Segurança Pública. A reportagem teve o acesso negado ao documento na delegacia. Foi orientada a procurar a assessoria de imprensa da pasta, que não divulga a íntegra do documento, seleciona as informações que repassa. A investigação foi encaminhada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa e nenhum delegado foi encontrado até o momento para falar sobre as investigações.
Crachá identifica jovem que trabalhava em um supermercado e bebia cerveja com amigos durante a folga quando dois homens encapuzados chegaram em duas motos atirando
Foto: Bruno Santos / Terra
Dois amigos teriam escapado da chacina porque foram buscar mais bebida momentos antes do crime. "Garanto que não tinha um que não trabalhasse", diz uma jovem vizinha do local das execuções
Foto: Bruno Santos / Terra
Jovem chora após a morte de cinco pessoas na noite de sexta-feira em Cidade Ademar, São Paulo. Grávida, ela perdeu o irmão, uma das vítimas da chacina
Foto: Bruno Santos / Terra
Com a gravidez aparente, a jovem repete que não quer falar com ninguém. "Só quero meu irmão de volta"
Foto: Bruno Santos / Terra
Ninguém diz o próprio nome na rua Sebastião Afonso, que ainda tinha marcas de sangue seco às 12h deste sábado. Quem estava na rua diz somente que todos que morreram ou foram feridos eram trabalhadores
Foto: Bruno Santos / Terra
A supervisora dos dois também não quer se identificar, mas confirma que ambos tinham ocupação na empresa. "Não tenho o que reclamar deles", disse
Foto: Bruno Santos / Terra
As testemunhas afirmam que os tiros foram muitos. Mas os estampidos eram em sequência, não uma rajada. O que indica que as armas seriam pistolas semiautomáticas, não metralhadoras
Foto: Bruno Santos / Terra
Um vidraceiro de 32 anos, parente de Alan, afirma que uma viatura teria passado minutos antes dizendo para todos se recolherem. Ninguém deu atenção. Pouco depois, chegou a dupla de assassinos
Foto: Bruno Santos / Terra
A investigação foi encaminhada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa e nenhum delegado foi encontrado até o momento para falar sobre as investigações
Foto: Bruno Santos / Terra
Um muro na altura do número 148 tem a marca dos tiros disparados durante a chacina que matou seis jovens na noite de sexta-feira em Cidade Ademar, São Paulo
Foto: Bruno Santos / Terra
Quatro pessoas morreram e outras três foram feridas a tiros em uma chacina na rua Sebastião Afonso, em Cidade Ademar
Foto: Carlos Pessuto / Futura Press
Foto: Terra
Marcas de sangue são vistas no chão após um policial militar ser baleado em um estabelecimento no bairro da Penha, na zona leste de São Paulo. Um cliente do comércio também foi atingido. A capital paulista registrou mais uma noite de ataques contra policiais e violência
Foto: Adriano Lima / Terra
Segundo testemunhas, o PM estava em um comércio na rua Etelvina, na Penha, quando ao menos dois homens chegaram a pé no estabelecimento e anunciaram um assalto. Na sequência, os criminosos atiraram e atingiram as duas vítimas nas costas
Foto: Adriano Lima / Terra
As marcas da violência são vistas no chão após o incidente no bairro da Penha
Foto: Adriano Lima / Terra
Rua em que um dos crimes foi praticado em Pirapora do Bom Jesus. As autoridades acreditam que os atiradores tenham agido em série. Em um dos casos, uma dupla, em uma moto, foi vista por testemunhas
Foto: Adriano Lima / Terra
De acordo com a polícia, os tiros foram disparados por homens em uma moto. Uma carabina calibre 12 e uma pistola calibre 380 teriam sido utilizadas no crime
Foto: Adriano Lima / Terra
Policial isola a área do crime no Jardim Campinas
Foto: Adriano Lima / Terra
Policial investiga cena de crime em Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo. Uma sequência de três ataques deixou pelo menos três mortos e dois feridos na cidade
Foto: Adriano Lima / Terra
Na madrugada desta quinta, dois homens foram mortos e um ferido a tiros no Jardim Campinas, região do Grajaú, na zona sul da capital paulista. O crime ocorreu na rua Constelação da Virgem