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Polícia

SP: após 7 anos de 'caça', empresário acha estuprador da filha

31 out 2012 - 16h22
(atualizado às 18h02)
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Chico Siqueira
Direto de Birigui

Um empresário de Birigui, no interior de São Paulo, investigou por conta própria e conseguiu fazer com que a Interpol prendesse, em Lisboa, Portugal, o homem que teria estuprado sua filha de 17 anos. O crime ocorreu em julho de 2005, na cidade paulista. A moça foi rendida por dois criminosos quando namorava dentro do carro, na avenida 9 de julho, uma das principais da cidade. Além de assaltar, os bandidos levaram o casal para uma rua distante e um deles estuprou a jovem na frente do namorado.

Sem qualquer condenação, o caso tinha sido arquivado em 2007 pela polícia brasileira, mas a insistência do pai da moça levou a Polícia Civil a reabrir o caso, em 2009. O empresário descobriu que o acusado, Alexandre de Oliveira, 34 anos, preso pela Interpol, tinha deixado um filho no Brasil antes de fugir para Portugal.

"Pedimos a reabertura do caso porque poderíamos checar, com um exame de DNA, o material colhido da vítima após o crime (estupro) com o do filho do acusado", relatou o advogado Sebastião Rodrigues dos Santos. O exame foi feito e foi constatado que o material era mesmo do pai do garoto, mas a comprovação só pode ser feita porque a mulher de Alexandre, que estava sendo ameaçada por ele, autorizou a realização do exame.

"Ele ameaçava a mulher porque queria levar o filho para Portugal, onde já tinha casado de novo e feito outro filho", contou Santos. No dia 18 de outubro, agentes da Interpol conseguiram prender Oliveira, que trabalhava numa agência de publicidade de Lisboa. A prisão só foi revelada agora pela família da vítima. "O pedido de prisão preventiva, com validade até 2042, saiu ainda em julho de 2010, mas a prisão só foi efetivada neste mês porque o acusado vivia mudando de casa, pois sabia que era procurado pela polícia", disse Santos.

"Foi uma das principais dificuldades, porque ele trocou três vezes de residência", afirmou o empresário. Oliveira chegou a ser detido com outros dois suspeitos logo após o crime, mas a vítima não o reconheceu, embora tenha identificado a voz - ele tinha roubado um celular dela -, o que não foi suficiente para justificar sua prisão. Além disso, a polícia não realizou nenhum teste para checar o material recolhido na ocasião. Dias depois, os três foram liberados e o processo foi praticamente arquivado.

"Este crime ia cair no esquecimento, mas nós conseguimos continuar investigando e enfrentando adversidades e sofrimento. Até que identificamos um dos seus autores, justamente o que molestou minha filha", disse o pai da vítima. "Fui buscar informações em pontos de tráfico, conversei com criminosos e informantes e batalhei muito na periferia da cidade. Só consegui porque os personagens deste mundo não gostam de quem pratica esse tipo de delito", salientou.

Trauma e depressão

Segundo o pai da menina, o maior sofrimento foi o trauma deixado na família. "Minha filha entrou em depressão, largou os estudos, enfrentou crises de pânico e chegou a dormir com uma faca sob o travesseiro com medo de ser atacada de novo. Minha mulher também ficou doente. Nossa família sofreu muito", desabafou.

A tarefa agora é identificar o outro autor do crime e esperar a extradição de Oliveira para o Brasil. "O apelido dele é Estrangeiro e ele tem outros estupros nas costas. Esperamos que, chegando ao Brasil, possam aparecer novas vítimas para condená-lo a mais de 30 anos de prisão", disse o empresário. O pedido de extradição já foi aprovado pela Justiça brasileira.

Fonte: Especial para Terra
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