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Polícia

Secretário: Wagner falta a evento por estar atribulado com greve

6 fev 2012 - 16h58
(atualizado às 17h09)
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O secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia, afirmou na manhã desta segunda-feira que o governador, Jaques Wagner (PT), está "atribulado" por causa da paralisação parcial da Polícia Militar no Estado.

Correia fez a declaração durante o discurso de lançamento nacional do programa Sebrae Empreendedor Individual (SEI), realizado na sede da entidade em Salvador. Havia previsão de Jaques Wagner comparecer ao evento, mas ele não foi, e o secretário tentou justificar a ausência.

"O governador deveria estar aqui, mas está atribulado com essa greve. Pelo nossa própria história como Partido dos Trabalhadores, tem que se avançar em uma solução negociada e isto está acontecendo", disse. O presidente nacional do Sebrae, Luís Barreto, também discursou e expressou seu desejo de que a paralisação seja encerrada e que a Bahia consiga fazer um "grande Carnaval".

A greve

A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo. As instituições particulares decidiram adiar o retorno dos estudantes.

Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.

Os PMs amotinados estavam acampados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na avenida Paralela, em Salvador. O presidente da AL, deputado Marcelo Nilo (PSDB), solicitou apoio ao general da 6ª Região, Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança que estão atuando na Bahia, para a retirada dos grevistas do edifício, que chegou a ser cercado por 600 homens do Exército e teve as luzes desligadas.

Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que comanda o movimento, suspenda a greve. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos. Cerca de 40 homens do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da Polícia Federal (PF), foram destacados para cumprir as decisões judiciais.

A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

Fonte: Agência A Tarde
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