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Polícia

Secretário: Rio será cercado para evitar entrada de armas

24 nov 2010 - 14h58
(atualizado às 15h10)
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O vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando de Souza Pezão, declarou nesta quarta-feira que o Estado pediu a intensificação do patrulhamento nas rodovias federais que cercam o Rio de Janeiro para combater a entrada de armas e drogas. "O Rio é cercado de rodovias federais, então o que a gente pediu, e reiteramos ontem em Brasília, é que se intensifique cada vez mais essas blitzen. Cercar o Rio, porque ele não produz maconha, cocaína, não é produtor de crack, o armamento vem todo de fora pela Baía de Guanabara. O governo federal pode nos ajudar muito fazendo esse patrulhamento", afirmou.

"Se está havendo reação é porque eles estão perdendo territórios e vão continuar perdendo", disse Pezão. "Estamos fazendo o dever de casa, o governador está pagando melhor os policiais. Mas é difícil, em um Estado com 16 milhões de pessoas, você pegar um ônibus queimando em Engenheiro Pedreira. A gente está monitorando e tem muitas ações que a Secretaria de Segurança consegue abordar e que não são divulgadas", afirmou o vice-governador.

Violência

A onda de ataques teve início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro.

Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso.

Ainda no domingo, em arrastão na Via Dutra, uma quadrilha armada bloqueou um trecho da pista sentido São Paulo, na altura de Pavuna, e roubaram um Kia Cerato e um Prisma. Na ação, uma das vítimas, identificada como Guilherme Feitosa da Silva, 26 anos, foi baleado na cabeça e levado em estado grave para o Hospital Getúlio Vargas.

Na manhã de segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à avenida Brasil, em Irajá, também na zona norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos - uma van de passageiros que fazia o trajeto de Belford Roxo para o Centro, um Monza e um Uno. Também na segunda pela manhã, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que queimaram os carros no Trevo das Margaridas.

À noite, criminosos atearam fogo em outros dois veículos na rodovia Presidente Dutra, sentido Capital, na altura da Pavuna. Na zona norte, uma cabine da Polícia Militar (PM) foi metralhada próximo ao shopping Nova América, em Del Castilho.

Já na manhã desta terça-feira, dois homens foram mortos a tiros em um Honda Civic na rodovia Washington Luís, altura do km 122. A PM diz que não há relação entre este crime e os ataques anteriores.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, atribuiu a escalada de violência à atuação do Estado no combate à criminalidade nas favelas. "Sem dúvidas isso tem relação com a nossa política de segurança pública", afirmou, referindo-se à implantação de unidades de polícia pacificadora (UPPs).

Nesta terça-feira, a cúpula da Polícia Militar anunciou a operação "Fecha Quartel", que prevê colocar todos os homens nas ruas para reforçar o patrulhamento. A PM informou que reduzirá as folgas dos policiais gradativamente até o ano que vem, além de prometer a contratação de 7 mil policiais. Para o combate ao crime, a corporação ainda utilizará o Batalhão de Choque e 140 motocicletas.

A polícia suspeita que esses incêndios tenham relação com os ataques que vêm ocorrendo desde o final de semana no Rio
A polícia suspeita que esses incêndios tenham relação com os ataques que vêm ocorrendo desde o final de semana no Rio
Foto: Jadson Marques / Futura Press
Fonte: O Dia
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