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Polícia

Secretário: invasão de hotel não muda planejamento de UPPs

21 ago 2010 - 15h29
(atualizado às 16h55)
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Luís Bulcão Pinheiro
Direto do Rio de Janeiro

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que a política de segurança pública e o cronograma de implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas do Rio não serão alterados por causa da invasão de traficantes ao Hotel Intercontinental, em São Conrado (zona sul), na manhã deste sábado.

"O que aconteceu hoje não vai mudar a política de segurança pública que viemos implementando. O problema no Rio de Janeiro sempre foi que a cada crise se mudava as ações. O que temos que fazer e vamos continuar fazendo é tomar os pontos controlados por traficantes, instalando as UPPs, essa é a nossa prioridade", afirmou o secretário.

Beltrame esteve na sede do 23º BPM (Leblon), para onde foram levados os dez presos e o armamento que eles portavam. Entre os presos está, segundo Beltrame, o segundo na hierarquia do tráfico de drogas na Rocinha.

Para o secretário, a ação dos bandidos é resultado de um processo histórico do poder do tráfico na Rocinha, que, segundo ele, trouxe o primeiro fuzil ao Rio de Janeiro, em 1978.

O titular da Secretaria de Segurança evitou informar se o morro do Vidigal, de onde os traficantes teriam partido essa manhã, ou a Rocinha irão receber Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nos próximos meses. De acordo com ele, o sigilo das informações são necessários para que as operações possam ocorrer de forma pacífica.

"As informações que coletamos antes de entrar em um local comandado por traficantes devem ser precisas e estudadas", afirmou o secretário ao ser questionados sobre uma possível ação imediata da polícia nessas comunidades.

Entenda o caso

Por volta das 8h deste sábado, um grupo de traficantes entrou em confronto com a Polícia Militar nas proximidades da favela da Rocinha. Dez criminosos fugiram e invadiram o Hotel Intercontinental, no bairro de São Conrado, zona sul do Rio de janeiro. Na troca de tiros morreu Adriana Duarte de Oliveira dos Santos, 41 anos. Segundo a PM, a mulher fazia parte do grupo e havia mandado de prisão temporária expedido contra ela desde fevereiro.

Sete pessoas ficaram feridas, mas quatro já receberam alta. Os traficantes fizeram 35 reféns, entre hóspedes e funcionários, na cozinha do estabelecimento. Depois de quase duas horas de negociação com o Bope, o grupo se entregou. Com eles, foram apreendidos oito fuzis, cinco pistolas, munição, granadas e rádios.

Fonte: Especial para Terra
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